Dezembro Vermelho vem para fortalecer a rede de apoio às PVHIV/Aids
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, iniciou nesta quarta-feira (01), a Campanha ‘Dezembro Vermelho’ – em que celebra o ‘Dia Mundial da Luta Contra o HIV/AIDS’. A data simbólica vem para encorajar quem é portador a retomar o autocuidado, reforçar a importância do controle adequado do HIV/AIDS e fortalecer a rede de apoio às PVHIV, sem abrir espaço para a desinformação e o preconceito no Estado.
Para o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, a situação está sob controle em Mato Grosso do Sul. “Estamos em um platô estável em que apresenta redução de casos, contudo precisamos intensificar o diagnóstico, principalmente nesse momento de retomada das atividades dos serviços de saúde, pois o diagnóstico precoce e o tratamento em tempo oportuno evita a evolução para casos mais graves e até óbitos”.
Conforme o levantamento realizado pela Secretaria de Estado de Saúde via SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação), houve redução de casos de HIV com 646 casos em 2020 e 501 em 2021. No caso de AIDS foram registrados 219 casos em 2020 e 202 casos em 2021.
Segundo a Gerente Técnica de IST/Aids e Hepatites Virais da SES, Alessandra Salvatori, essa diminuição na notificação de casos provavelmente sofreu forte impacto em razão da pandemia provocada pelo coronavírus.
“Sabemos que as pessoas tiveram dificuldades de realizar o diagnóstico devido ao confinamento e para acessar os serviços de saúde. Também observamos queda na taxa de mortalidade de 4,9 óbitos por 100.000 habitantes em 2019 e 4.2 em 2020 – em comparação com anos fechados. Ações como a testagem rápida para a doença e o início imediato do tratamento, em caso de diagnóstico positivo, são fundamentais para a redução do número de casos e de óbitos no Estado”, pontua Salvatori.
Em 2021, a SES distribuiu 98 mil testes e 2,8 milhões de camisinhas a todas as unidades de saúde dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul. Os preservativos masculinos podem ser retirados em qualquer unidade de saúde, sem restrição de quantidade e sem a necessidade de identificação.
Em Mato Grosso do Sul, existem 12.470 Pessoas Vivendo com HIV (PVHIV). Quanto as estratégias de prevenção combinada, 1.285 pessoas fizeram o uso de medicamentos de profilaxia pós-exposição por 28 dias. E 1.053 pessoas utilizaram a medicação por apresentarem comportamento de risco.
Sobre o HIV/AIDS
A AIDS é a manifestação sintomática do Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV) e, portanto, só aparece quando ele não é controlado. O que ocorre é uma queda no sistema imunológico, que fica vulnerável a doenças oportunistas, como pneumonia e tuberculose.
40 anos se passaram desde a identificação dos primeiros casos no país e, há exatos 25 anos, os medicamentos antirretrovirais (ARV), usados para tratar a infecção impedindo que o vírus se multiplique no organismo, passavam a ser distribuídos via rede pública de saúde. O desenvolvimento e a evolução dos antirretrovirais para tratar o HIV transformaram o que antes era uma infecção quase sempre fatal em uma condição crônica controlável, apesar de ainda não haver cura.
Por isso, o uso regular dos ARV é fundamental para garantir o controle da doença e prevenir a evolução para a AIDS. A boa adesão à terapia antirretroviral (TARV) traz grandes benefícios individuais, como aumento da disposição, da energia e do apetite, ampliação da expectativa de vida e o não desenvolvimento de doenças oportunistas.
Atualmente, o HIV/AIDS, é considerado uma doença de condição crônica e o tratamento em tempo oportuno com manutenção da carga viral indetectável é sinônimo de prevenção, pois validou-se o conceito de indetectável = intransmissível, ou seja, as pessoas estão vivendo com HIV (PVHIV) em Tratamento Antirretroviral (TARV) e carga viral indetectável há pelo menos seis meses não transmite o vírus por via sexual.
Com o arsenal terapêutico disponível e as medidas de prevenção combinada (que associam diferentes métodos e ações) como testagem regular para o HIV, tratar todas as PVHIV, profilaxia pós-exposição (PEP), profilaxia pré-exposição (PrEP), uso dos preservativos internos e externos e a prevenção da transmissão vertical do HIV, é possível não só deter o avanço da epidemia, como também garantir um tratamento adequado à pessoa com HIV/AIDS. Os diagnósticos precoces, combinados ao tratamento oportuno com as medidas de prevenção e profilaxia, contribuem não só para reduzir a transmissão sexual e a transmissão vertical da doença, como também dão qualidade de vida ao portador do HIV/AIDS.
Dezembro Vermelho
O dia 1º de dezembro se tornou o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS após decisão da Assembleia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas – ONU. A escolha dessa data seguiu critérios próprios das Nações Unidas.
A data tem o objetivo de reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/AIDS. Com o passar do tempo e o crescimento do número de casos, foi instituída como uma oportunidade de se trabalhar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do HIV/AIDS com a população.
Onde buscar ajuda?
Em Campo Grande há o cuidado da Pessoa Vivendo com HIV (PVHIV) em 23 Unidades Básicas, no Centro de Doenças Infecto Parasitárias de Campo Grande CEDIP, no Hospital Universitário do Mato Grosso do Sul-Núcleo Hospital Dia e no CTA de Campo Grande.
Os serviços especializados em HIV/Aids no interior são:
- Serviço de Assistência Especializada de Anastácio;
- Serviço de Assistência Especializada de Corumbá;
- Serviço de Assistência Especializada de Coxim;
- Serviço de Assistência Especializada de Dourados;
- Serviço de Assistência Especializada de Jardim;
- Serviço de Assistência Especializada de Naviraí;
- Serviço de Assistência Especializada de Nova Andradina;
- Serviço de Assistência Especializada de Paranaíba;
- Serviço de Assistência Especializada de Ponta Porã e
- Serviço de Assistência Especializada de Três Lagoas.
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