Especialista em criptomoedas defende mercado e acredita que ativo se consolida cada vez mais

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Em meio a Labitconf El Salvador – que acontece desde a última segunda-feira (15) e termina neste sábado (20 – especialistas e investidores do mundo todo que atuam neste mercado falam em inovações, desmistificam o segmento e promovem maior segurança para quem ainda tem dúvidas sobre entrar neste tipo de investimento.

No “menu” dos palestrantes, o empresário brasileiro Rocelo Lopes, referência no negócio de criptomoedas, falou sobre os ativos – que vão além do Bitcoin – e participou do debate sobre mineração e seus efeitos no ecossistema .

“São dois temas importantes: falar dos cripto ativos e sobre ETFs (Exchange Traded Fund), e apresentar o Blue Token, moeda que criei em 2018 para atender o público que precisa de apoio maior e consiga investir de forma rápida e eficiente”, disse Lopes.

A mineração dos ativos – objeto de críticas por parte dos defensores do meio ambiente – também foi tema da Labitconf El Salvador. Para Rocelo, o tema parece mais uma tentativa desastrosa dos mercados tradicionais. “Essa relação da mineração com Meio Ambiente parece piada. Para se ter ideia, a mineração de  criptomoedas consome menos de 0.5% de energia desperdiçada no mundo, ou seja, não há saturação. Vejo isso como uma tentativa de  banalizar a mineração colocando coisas ruins”, defendeu.

O ponto de partida desta defesa, também vem da ideia de que cada vez mais, novas tecnologias e novas moedas vão aparecer sem ter esse “alto” consumo de energia. “Essa questão que tentam falar que consome muita energia para mim é uma tentativa de mídia negativa onde tentaram e não deu certo. Para nós, é uma piada”, disse Rocelo, que pondera sobre uma melhor divisão da mineração para locais com mais energia de sobra.

Mas o que esperar deste novo momento do mercado financeiro? Como lidar com as inovações, deixando de acreditar no sistema tradicional? “Sem dúvida nenhuma a tecnologia vai dominar todo mercado tradicional a começar pela questão de tokenização de imóveis, ações e empresas”, afirmou o empresário que acredita que no primeiro momento essa mudança vai ser de forma híbrida.

Seria esse um caminho sem volta? “Penso que sim e consigo enxergar modalidades onde, por exemplo, empresas que tenham ações na B3, tenham também tokenização. Vejo, por exemplo, o mercado imobiliário como precursor e protagonista da nova fase da economia mundial, onde uma empresa pode ter ações na B3 e nos seus tokens. Esse é um caminho sem volta, a empresa que não está olhando para Blockchain não está olhando para o futuro e quem não migrar à tokenização está fora do mercado”, completou.

 LaBitConf El Salvador

Uma grande comunidade global de blockchain, começou na última segunda-feira, em El Salvador, a LaBitConf, a maior conferência sobre bitcoin e criptomoedas da América Latina. Evento reúne mais de 200 instituições globais e personalidades e busca promover a adoção de bitcoin e das criptomoedas na região.

Com o intuito de mostrar projetos e produtos que estão formando a infraestrutura para a revolução financeira e criar um espaço de troca entre a comunidade cripto global e firmar parcerias.

El Salvador foi o primeiro país a tornar o bitcoin uma moeda legal. Desde 7 de setembro deste ano, após sanção da “Lei Bitcoin” pelo presidente de El Salvador, Nayib Bukele, diversos estabelecimentos aceitam o cripto ativo como forma de pagamento.

Num país onde 70% das pessoas nunca tiveram conta bancária, a adoção da moeda – que  também pode ser comprada por meio de caixas eletrônicos – já computa efeitos positivos na economia local.

O presidente foi além e afirmou que o país deve utilizar as geotérmicas do país, que produzem energia a partir do calor dos vulcões, para minerar bitcoin. A operação, segundo o Nayib Bukele, começou a ser realizada já no início de outubro.

Jornalista – Bea Bruno