Começa hoje (26) a soltura dos mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, os Wolbitos, na região dos bairros contemplados na terceira fase do projeto, que irá auxiliar no combate às doenças transmitidas pelo inseto. A liberação começará em 15 bairros nesta nova etapa do projeto.
Os bairros Carandá Bosque, Vila Carlota, Chácara Cachoeira, Dr. Albuquerque, Estrela Dalva, Jardim Paulista, Maria Aparecida Pedrossian, Noroeste, Rita Vieira, São Lourenço, Tiradentes, TV Morena, Universitário, Jardim Veraneio e Vilas Boas serão os contemplados neste momento.
A soltura já aconteceu em 17 bairros das fases anteriores que, neste momento está sendo feito o acompanhamento da prevalência dos mosquitos infectados com a bactéria nestas regiões. Até o momento cerca de 19 milhões de insetos foram liberados na natureza.
“Estes mosquitos não oferecem risco nenhum aos seres humanos, a única diferença é que com a presença da bactéria no organismo, eles não conseguem desenvolver e transmitir o vírus da dengue, por exemplo. Mesmo assim, a melhor maneira de evitar as doenças transmitidas por ele, é eliminando o inseto”, explica o coordenador de implantação do projeto, Antônio Brandão.
Ainda segundo Brandão, esta é a maior área de Campo Grande, em extensão, em que os mosquitos serão liberados até o momento, e a expectativa é que cerca de 11 milhões de Wolbitos sejam soltos durante esta etapa.
Método Wolbachia
O Método Wolbachia tem eficácia comprovada. Um Estudo Clínico Randomizado Controlado (RCT, sigla em inglês), realizado em Yogyakarta, Indonésia, aponta uma redução de 77% na incidência de dengue e redução em 86% de hospitalizações em decorrência da doença em áreas tratadas com Wolbachia em comparação com áreas não tratadas. No Brasil, dados preliminares observacionais apontam redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de Zika nas áreas onde houve a liberação dos Aedes aegypti com Wolbachia.
A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti, e foi introduzida por pesquisadores do WMP, iniciativa global sem fins-lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.
Quando presente no Aedes aegypti, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam no inseto, contribuindo para a redução destas doenças. Não existe modificação genética neste processo.
O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja estabelecida uma população destes mosquitos, todos com Wolbachia. Veja a ilustração abaixo.
Método Wolbachia em Campo Grande
Em Campo Grande, as liberações começaram pelos bairros da Fase 1 de implementação: Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado. Nestes bairros, os Wolbitos foram liberados semanalmente, durante 30 semanas, por agentes da Prefeitura de Campo Grande. Na Fase 2, os bairros contemplados foram: Taquarussú, Jacy, Jockey Club, América, Piratininga, Parati, Pioneiros, Alves Pereira, Centro Oeste e Los Angeles.
A soltura simbólica dos mosquitos nesta etapa do método irá acontecer às 8h30 desta terça-feira, em frente à Secretaria Estadual de Saúde, que está dentro da região abrangida nesta fase.
O Método Wolbachia é complementar às demais ações de controle das arboviroses realizadas pela prefeitura. A população deve continuar a realizar as ações de combate à dengue, Zika e chikungunya que já realizam em suas casas e estabelecimentos comerciais.