Dos primeiros amores, o de mãe e de professores são os que marcam a alma

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O Dia dos Professores é comemorado no Brasil em 15 de outubro.


A data foi criada para homenagear esses profissionais que dedicam suas vidas à transmissão do conhecimento e ao desenvolvimento da educação no nosso país.


Origem do Dia dos Professores
O dia 15 de outubro foi escolhido para comemorar o dia do professor, pois em 15 de outubro de 1827, Dom Pedro I, Imperador do Brasil, decretou uma Lei Imperial responsável pela criação do Ensino Elementar no Brasil.

Mas isso é muito técnico e impessoal. Eu também como aluno que fui e ainda sou, me proponho a convidar você leitor a trocar algumas experiências de aprendizado em miúdos e pílulas de uma memória afetiva.
Bom, os professores são instituídos pela natureza da sua missão, os arquitetos de um futuro para crianças, adolescentes e até adultos. Um caminho, uma segurança de algo mais promissor.

São pessoas que ensinam do básico “bê-á-bá” ao complexo mundo do desconhecido – das formas, dos números, das letras, das teorias, e, motivados por amor? Seria esta a explicação?

Se eles ensinam a forma como escrever, eles também podem nos ensinar a colocar valor em palavras. Tanto as palavras escritas, quanto as palavras ditas.


As memórias e o conteúdo ensinados pela professora desde a alfabetização, fez com que a Fonoaudióloga Natalia de Oliveira Paraná escolhesse essa profissão.


“Minha primeira professora foi a minha mãe, a pedagoga Lidia de Oliveira Paraná, que me ensinou a falar, escrever, amar e ser uma mulher muito amada. Ela também ensinou o que é o caráter, para que serve cada letrinha e como eu poderia deixar melhor a vida das pessoas que eu atendo”.

Lidia de Oliveira Paraná (arquivo pessoal)

O amor pela mãe é o nosso primeiro amor, e quando a gente puxa pela memória, lembramos também que já tivemos muito amor pela nossa professora. Neste caso, o amor pela mãe, pela professora e pela pessoa, foram todos somados pela filha.


A professora Lídia, ou “prô” Lídia, ou “tia” Lídia, é pedagoga, especializada em administração e supervisão escolar. Começou a lecionar em 1974 e desde então juntou histórias de dedicação a profissão. É mãe de 3 mulheres, graduadas e já é avó de 5 netos. Tanto filhas quanto netos, são a cópia fiel deste caráter ilibado.

Professora Lidia com as filhas Natalia, Carolina e Juliana

O jornalista que vôs conta esta história, já foi aluno em uma escola onde a professora Lídia era diretora e guarda na lembrança com muito zelo à época que foi direcionado aos estudos na Escola Municipal de Primeiro e Segundo Grau Prof. Nagib Raslan.

Leonardo, Professora Lidia, Vanessa, Gislaine e Professora Vera


O pulso firme e o carinho sempre foram presentes, mesmo assim todos os alunos teimavam em abraçar a minha tia, a mãe da minha prima Natalia. A diretora Lídia sempre se colocava pronta a atender os pais e alunos que tinham alguma dificuldade.


Tendo uma visão completamente consonante com os alunos da Professora Lídia, entendemos que o poeta Carlos Drummond De Andrade descreveu bem essa relação com quem aprendiam as lições dela.


“O professor disserta
Sobre ponto difícil do programa.
Um aluno dorme,
Cansado das canseiras desta vida.
O professor vai sacudi-lo?
Vai repreendê-lo?
Não.
O professor baixa a voz
Com medo de acordá-lo.”


Natalia não vê com outros olhos a relação da mãe com os alunos e sabe das marcas deixadas e do reflexo positivo que isso causou na vida de todos.


“Não me lembro de vezes que minha mãe, mesmo com problemas, não se punha sorridente e carinhosa ao atender uma demanda da Escola. Talvez ela tenha na alma dela o dom de educar e o amor por ensinar. Esse amor por ensinar fica marcado na história do colégio. Até hoje algumas pessoas me perguntam, com sorriso no rosto, se eu tenho um parentesco com a Professora Lídia e eu explico com a maior honra que sou a filha dela.


A fonoaudióloga faz questão de deixar registrado o apreço pela profissão da mãe e dedica essa homenagem a todos os professores que teve nessa vida – em especial a mãe!