Fetish – Um lugar onde a moda não tem pré-conceitos

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Foto: Matheus Alexandre

Você sabia que em Campo Grande – MS já foi um dos principais celeiros da moda no Brasil? Quem viveu a época de 1960 no Brasil, mais precisamente aqui na Capital, vai entender bem o que eu quero dizer.

Desde os anos 70, o sul-mato-grossense, produtor de moda e empresário Anderson Alvves, vem estudando, dando forma a moda e acompanhando tudo, bem de perto. Por ser referência regional, e, além disso, mundial, o MS na Mídia resolveu mostrar um pouco doque um dos mais influentes produtores tem em seu arcabouço.

Dos segredos mais sórdidos aos desfiles internacionais, Anderson vem colecionando experiências e incluindo grandes talentos na moda, como por exemplo: Sidney Sampaio, Daniela Albuquerque, Tony Dias, Diego Furoni e outros.

Pra mostrar um pouco disso, o empresário vem comentar um pouco sobre a Moda Fetish, que voltou à tona esse ano, com a sociality Kim Kardashian, usando roupas deste estilo durante a semana do Met Gala.

Mas, afinal, o que define esse estilo? Quais itens caracterizam o look do fetiche? Fetiche remete necessariamente ao código visual dos sadomasoquistas?

É com este questionamento que Anderson dá o ponta pé na quebra dos paradigmas da sociedade brasileira.

Desde a revolução sexual iniciada na década de 1960, as roupas fetichistas deixaram a marginalidade para se tornarem itens comuns nos guarda roupas femininos e masculinos. 

O livro “Fetish – Fashion, Sex & Power”, de Valerie Steele, lançado pela Oxford University Press, traça um bom apanhado dessas interseções.

Nele, a autora conta a história do fetichismo como patologia sexual, em que o fetichista valoriza, mais que o ato em si, o culto a objetos e a peças relativos à figura feminina.

Difundida por ‘Vivienne Westwoord’, ‘Jean Paul Gautier’, ‘Gianni Versace’, e Thierry Mugler, a estética foi popularizada no inicio dos anos 1990, aparecendo, a partir dai, em traços isolados. No entanto, de algumas temporadas pra cá, os artifícios ligados à cultura do erotismo surgiram com força total, por meio de várias grifes que investiram em criações de látex, vinil e couro.

Do submundo para as passarelas até os anos 1960, a moda fetichista era restrita as publicações de cunho erótico, como High Heel e Bizarre, cujo o nome ressalva o modo como o segmento era visto na época, no entanto, o tradicionalismo cristão começou a ruir diante da revolução sexual iniciada naquela década.

No guarda roupa masculino, o rock contribuiu para visuais mais reveladores e fetichistas. Vários nomes do estilo musical passaram a ostentar roupas de couro e tatuagens, ainda nos primeiros esboços da cultura punk.

Anderson ainda diz que na moda feminina é menos julgado e mais erotizado o estilo Festish, enquanto na moda masculina mais velado.

“Isso deixa ainda mais interessante e sensual” Ele ainda completa dizendo que a moda Fetish é muito ampla e que qualquer peça, bem utilizada, pode ser um chamariz sensual e não nesseriamente de cunho sexual “Uma cueca branca da marca Calvin Klein pode ser um item de absoluto fetish”. E que a quebra de tabus sempre existirá, para que a moda mantenha-se em total inovação.

Não é só couro e vinil que podem ser considerados itens de fetiche. Tudo depende do olhar do observador.

Referencias:

Álbum erótica da Madonna
Livro Fetish de Valerie Steele
Os fotógrafos Helmut Newton e Steven Klein