Aldeia Urbana Marçal de Souza sedia oficinas do projeto Remi

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Interessados nas oficinas de arte devem acessar o
 site do Projeto Remi ou o Instagram @projetoremi para fazer a inscrição.

De indígenas da Marçal de Souza até moradores de bairros do outro lado de Campo Grande, o projeto Remi (Reconstrução de Memória e Identidade) tem reunido diferentes perfis de pessoas em suas oficinas de fotografia, dança, teatro, música, arte terena e urbana. Cursos que estão sendo ministrados nas dependências do Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena, na aldeia urbana Marçal de Souza, localizada no bairro Tiradentes.

As atividades iniciaram no sábado (18) e seguirão até o dia 9 de outubro. “No total, serão quatro sábados de oficinas na comunidade. Concluídas aqui a gente segue para a região das Moreninhas”, explica um dos idealizadores do Remi, Julian Vargas.

E muita gente tem atravessado a cidade em busca das oficinas. Como é o caso da pedagoga Juliana da Silva que viu nos cursos a oportunidade de se aprimorar e levar um pouco do conteúdo às crianças que estudam na EMEI Regina Vitorazzi, no bairro Oscar Salazar.

“Foi a minha sobrinha que pediu para se inscrever e eu tive a ideia de vir junto participar do curso de arte urbana [grafite]. Trabalho com crianças dentro do EMEI e muitas delas são da aldeia indígena Água Bonita, então, quero trocar conhecimento com os professores dos cursos e os moradores da Marçal para pensar em formas de aplicar tudo em sala de aula”, explica.

Idealizado pelos seis integrantes da banda Projeto Kzulo, o Remi foi criado para democratizar o acesso à cultura em bairros mais afastados do centro da cidade.

A programação conta com oficinas de arte urbana (com o artista Victor Macaulin); fotografia (com a cineasta Thauanny Maíra); performance (com a bailarina Flora Lira), teatro imaginário e afetivo (com o ator Jefley Maurício), musicalização pelo ritmo (com o músico Anderson Salgado); arte terena em dança, trajes e grafismo (com a artista Bianca Francelino) e arte terena gráfica em tela (com o artista Bryant Soares). Esses dois últimos oficineiros também são moradores da Marçal de Souza.

 “Além da qualidade das oficinas, acredito que o projeto Remi também é uma excelente oportunidade para intensificar o diálogo da nossa comunidade Marçal de Souza com outros campo-grandenses. Vi gente de outros bairros e isso é ótimo, porque promove o diálogo e traz outra visão sobre os povos indígenas, em especial, os moradores daqui”, argumenta o cacique Josias Ramires que, inclusive, aproveitou a oportunidade e se inscreveu na oficina de música, “Na cultura Terena tudo é muito autodidata, a gente aprende ao ver e fazer. Eu mesmo me tornei baterista assim e, aqui, estou tendo a oportunidade de conhecer um pouco da parte teórica da música”.

Outro ponto interessante do projeto Remi é o cuidado para ser acessível a qualquer pessoa que queira participar. “Na oficina de música, pretendo ensinar um pouco do assunto e mostrar que o corpo e a voz podem ser os nossos primeiros instrumentos de trabalho. Vamos fazer experimentos de som, melodia e harmonia com aquilo que a gente tiver à mão, sem exigir que o aluno traga um instrumento porque isso nem sempre é viável”, observa o músico e oficineiro Anderson Salgado.

De acordo com um dos idealizadores do projeto, Julian Vargas, ainda há outros três sábados de oficinas no Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena, que fica na Rua Galdino Pataxó, n.º 131, na aldeia urbana Marçal de Souza, região do bairro Tiradentes.

“As pessoas que tenham interesse em participar das oficinas ainda podem se inscrever. Basta acessar o nosso site [www.projetoremi.com] ou o Instagram [@projetoremi]. Lá terão acesso ao formulário de inscrição”, diz Julian que é também percussionista da banda Projeto Kzulo.

O Projeto Remi conta com recursos do FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais), da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), promovido pela Prefeitura de Campo Grande. Outras informações sobre as oficinas podem ser obtidas pelo telefone (67) 99877-2587 (WhatsApp).

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