Quem precisa da terceira dose da vacina?

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O número de novas infecções por coronavírus voltou a disparar em muitos países. Além da variante delta, já amplamente difundida, outras mutações preocupantes, como a lambda ou, mais recentemente, a C.1.2 e a mi (µ), estão se espalhando rapidamente. Com isso, surge também a questão de uma possível dose de reforço.

Infecções pós-vacinação (quando quem já completou o ciclo vacinal contrai o vírus) ocorrem raramente, mas são cada vez mais frequentes. Na Alemanha, houve 13.360 infecções sintomáticas pós-vacinação entre os 48 milhões de completamente vacinados, informou em meados de agosto o Instituto Robert Koch (RKI), responsável pela prevenção e controle de doenças no país.

Países como Israel e Estados Unidos já decidiram oferecer a todos os cidadãos uma terceira dose do imunizante, a assim chamada dose de reforço. No futuro, só esses serão considerados totalmente vacinados.

Países como Israel já estão vacinando pela terceira vez, apesar da carência de doses na África, entre outras regiões

Outros países ricos, por outro lado, só pretendem aplicar a terceira dose em integrantes de grupos de risco, pelo menos a princípio. Nisso se enquadram idosos ou quem toma medicação imunodepressora, como os pacientes de tratamento de câncer.

Enquanto isso, no mundo todo a campanha de vacinação avança a passos lentos. Por solidariedade, portanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pede que se espere com a terceira dose até que pelo menos 10% da população de todos os países tenha sido vacinada contra a covid-19.

Quais os benefícios de uma vacinação de reforço?

O chamado efeito de reforço nas vacinações contra a covid-19 é geralmente desencadeado com a segunda dose: quando há novo contato com determinado patógeno conhecido – seja por meio de uma segunda vacinação ou de uma infecção –, a resposta do sistema imunológico é fortalecida e acelerada.

Tal reação é desencadeada pela formação das chamadas células de memória durante a reação inicial. As células de memória reconhecem o antígeno e assim podem reagir muito mais rápido para destruir o patógeno. Aí reside a importância da segunda dose para todos, e é por isso que quem já contraiu a doença recebe apenas uma dose após a recuperação – pois seu organismo já conhece o patógeno.

Mas sobretudo entre indivíduos com um sistema imunológico já debilitado, a resposta imunológica nem sempre é tão robusta. Pode ser que nesses casos, de fato, seja necessária uma dose de reforço.

Fabricantes admitem declínio do efeito protetor

Desde meados de julho, os fabricantes Pfizer e BioNTech reconhecem que há um declínio no efeito protetor de sua vacina após seis meses. Sendo assim, avaliam que uma terceira dose é necessária, sobretudo para quem tem o sistema imunológico debilitado.

A vacinação de reforço resulta “no mais alto nível de proteção contra todas as variantes do coronavírus testadas até agora, inclusive a variante delta”, afirmaram as farmacêuticas por meio de comunicado.

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