Ex-assessor de logística do Ministério da Saúde é ouvido na CPI da Pandemia hoje

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Imagem internet - Tenente-coronel da reserva, Marcelo Blanco teria participado do jantar em Brasília onde houve suposto pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina

A CPI da Pandemia ouve agora o ex-assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Marcelo Blanco.

Exonerado da pasta em janeiro, o tenente-coronel da reserva teria participado de um jantar ocorrido em um restaurante localizado dentro de um shopping de Brasília em 25 de fevereiro. Nesse encontro, segundo o revendedor de vacinas e cabo da Polícia Militar, Luiz Paulo Dominghetti, houve a proposta de pagamento de propina de US$ 1 por dose na comercialização da vacina AstraZeneca. A Davati Medical Supply negociava a venda de 400 milhões de doses do imunizante.  Seriam US$400 milhões em propina – equivalente a cerca de 2.2 Bilhões de reais.

Coronel Blanco é citado em outros depoimentos prestados à CPI durante as onze primeiras semanas de trabalho da comissão e na oitiva desta terça-feira (3). A convocação de Blanco foi solicitada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Blanco também é citado no depoimento do ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias. 

Dias, que chegou a ser preso por mentir à CPI, afirmou, inicialmente, que seu encontro com Dominguetti e Blanco no restaurante em Brasília foi casual, mas depois assumiu – a partir de áudios exibidos na comissão – que o coronel da reserva sabia que ele estaria no local.

Já o representante oficial da Davati Medical Supply, Cristiano Carvalho, que se apresentou à CPI em 15 de julho, disse que Dominguetti usou o termo “comissionamento” quando se referiu à reunião onde teria sido feito o pedido de propina.

“A informação que veio a mim não foi ‘propina’, ele [Dominguetti] usou ‘comissionamento’. Se referiu ao comissionamento sendo do grupo do tenente-coronel Marcelo Blanco [ex-assessor de Dias] e da pessoa que o tinha apresentado a Blanco, de nome Odilon”, disse. Dias e Dominguetti tiveram novo encontro no dia seguinte ao encontro no restaurante – 26 de fevereiro – no Ministério da Saúde.

O depoente dessa última terça-feira (3), o reverendo Amilton Gomes de Paula, afirmou que se encontrou pessoal com o então secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, em 12 de março, mas negou que coronel Blanco estivesse presente nesta reunião. Franco foi reconvocado pela CPI para um novo depoimento ainda sem data definida.