A conta de luz vai ficar ainda mais cara. Por causa da crise hídrica, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai reajustar o valor da tarifa da bandeira vermelha 2, que está em vigor no país e é a mais cara. Atualmente, o custo é de R$ 6,243 pelo consumo de 100 kw/hora.
O reajuste ainda não está definido. No entanto, André Pepitone, diretor-geral da Aneel, adiantou nesta terça-feira (15) que o valor deve ser maior do que o previsto na consulta pública apresentada em março. Na ocasião, a proposta era elevar a cobrança de 100 kWh na bandeira vermelha 2 para R$ 7,571. Ou seja, se fosse mantido esse valor, o aumento seria de 20%. .
“Certamente, a gente já pode adiantar aqui nessa comissão que não tem o valor final, mas digo às vossas excelências que será um valor bem maior do que os R$ 6,24. Tivemos uma audiência pública que durou 30 dias e apresentou o valor de R$ 7 e alguns centavos, mas com certeza esse valor [final] ainda deve superar um pouco os R$ 7 [e alguns centavos], [daí os] mais de 20% [de alta]”, afirmou.
A explicação para a alta do preço da bandeira 2 é o aumento do custo de geração de energia no país, por causa da crise hídrica. “Pelo fato de não termos água para utilizar nas nossas hidrelétricas, essa energia será gerada nas térmicas. Logo aquele custo ele vai ser apresentado [repassado] por meio do mecanismo das bandeiras”, acrescentou.
O questionamento que fica
Como saberemos se há de verdade uma crise hídrica se houve corte de orçamento para o Inpe, que deverá desligar até agosto supercomputador que faz previsão de estiagem? Sem a máquina em funcionamento, governo pode ficar sem dados de agravamento da crise hídrica, o que compromete alertas de emergência.
O equipamento é responsável pela previsão do tempo e clima, enviando dados ao governo sobre estiagens – como a que afeta atualmente São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. De acordo com o diretor do instituto, caso isso aconteça, o governo ficaria sem dados para monitorar problemas como este.
Para 2021, o Inpe recebeu o menor orçamento da história. O governo federal previu ao instituto R$ 76 milhões, mas apenas R$ 44,7 milhões foram liberados até agora. O valor é 18% a menos que o de 2020. O restante segue contingenciado, sem previsão de ser incluído aos cofres do Inpe.
Em entrevista ao site de notícias G1, o Coordenador do CpTec, Gilvan Sampaio, destaca que o supercomputador não só afetará a produção de energia, mas também o setor de agronegócios, pois esta máquina é responsável também pela previsão de CHUVAS E TEMPESTADES.
“Parar esse tipo de supercomputador é um prejuízo enorme para o país, estamos diante de uma crise hídrica. É extremamente grave. Se você não tem uma ferramenta como essa, você não consegue prever até quando vai essa crise, se ela vai se estender”, explica Sampaio.
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