Bolsonaro cria comitê para acompanhar a pandemia após um ano do início e Brasil ultrapassa 3200 mortes em 24h

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O Brasil ultrapassa 3.200 mortes pelo coronavírus em um único dia e presidente é alvo de panelaços durante pronunciamento na TV. Vacinação segue em ritmo lento e somente cerca de 6% dos brasileiros receberam a 1ª dose de vacinas contra o coronavírus.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira a criação de um comitê para monitorar a pandemia de covid-19 no Brasil. A iniciativa, anunciada após uma reunião com governadores e líderes do Legislativo e Judiciário, chega após um ano de crise sanitária e com os Estados brasileiros pressionados por um colapso nos hospitais. Nesta terça-feira, o país ultrapassou a marca de 3.200 mortes diárias pelo novo coronavírus ―foram 3.251 mortes contabilizadas nas 24 horas anteriores―, totalizando 298.676 óbitos em um ano. Pressionado, o presidente se defendeu em pronunciamento na TV do atraso na compra de vacinas e foi algo de panelaços nas capitais brasileiras.

Um ano após o início da pandemia de coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou que criou um comitê para acompanhamento semanal da doença. O anúncio foi feito após encontro no Palácio da Alvorada com representantes do Judiciário, do Legislativo e de governos estaduais. “Mais do que harmonia imperou a solidariedade e a intenção de minimizarmos os efeitos da pandemia”, disse o presidente.

A proposta da criação do comitê foi feita pelo presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Ele será o responsável por fazer a interlocução com os governadores dos 27 Estados e do Distrito Federal. De acordo com Pacheco, o objetivo do comitê será definir as políticas nacionais uniformes, “em razão das convergências que existem” entre as autoridades.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que esse é o momento de retirar a ideologia do combate à pandemia.”Buscamos a união de todos para que possamos nos comunicar melhor e despolitizar a pandemia”.

Sem poder compor o comitê, o Supremo Tribunal Federal se comprometeu a buscar alternativas para agilizar o julgamento de processos que envolvam o combate à pandemia. “Vamos verificar estratégias capazes de evitar judicialização, que é um fator de demora na tomada de decisões”, afirmou o presidente da corte, o ministro Luiz Fux.

De acordo com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), o Ministério da Saúde ainda criará uma assessoria científica para ajudar Estados e Municípios no controle da pandemia.