Estudantes do ensino fundamental da Escola Estadual Floriano Viegas Machado, em Dourados, desenvolveram uma série de atividades para a prevenção e combate ao novo coronavírus (Covid-19), utilizando conceitos de robótica, educação e comunicação. O projeto intitulado “Rede Arara: comunicação na prevenção do Corona” teve apoio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) e Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), além de investimentos da Fiocruz em 2020, com refinanciamento para este ano, por meio da Chamada Pública para Apoio a Ações Emergenciais.
Coordenado pelos professores de Licenciatura em Física da UEMS, Cecília Nascimento e Adilson Crepalde, o projeto foi criado em 2020 e contou com a participação de 18 estudantes do ensino fundamental, com idade entre 10 e 13 anos, inseridos no programa de iniciação científica júnior (PIBIC Jr). Também participaram do projeto três alunos bolsistas de extensão do curso de licenciatura em física da UEMS. “O projeto Rede Arara foi aprovado na chamada pública de apoio a ações emergenciais junto a populações vulneráveis pela Associação de Pais e Mestres da Escola Estadual Floriano Viegas Machado e desenvolvido na colaboração Universidade-escola, por meio educação e robótica, da comunicação e divulgação científica e do ensino de ciência”, explica Cecília.
Por meio do projeto foi implementado o primeiro laboratório de robótica e impressão 3D de uma escola pública da cidade de Dourados. Segundo a professora, no local, os alunos construíram kits de biossegurança, um protetor de orelha (que evita o desconforto dos elásticos presos às orelhas) e um dispositivo de abrir portas, para evitar o uso de maçanetas e diminuir a chance de contaminação pelo vírus. O laboratório também auxiliou os bolsistas Pibex UEMS, que puderam utilizar o espaço para realizar projetos na área.
“Com a implementação do laboratório foi possível produzir 141 kits de equipamentos de proteção individual, contabilizando 435 peças impressas. Esses kits foram doados para escolas estaduais, algumas organizações sociais e instituições do comércio. Além disso, nós desenvolvemos 60 cards de comunicação e divulgação científica com informações sobre a Covid-19, seu enfrentamento e sobre vacinas. Esses cards foram veiculados nas contas de WhatsApp de professores e alunos da escola e no perfil do Instagram do projeto Rede Arara”, aponta a professora.
Curso de robótica
Os alunos do ensino fundamental que participaram do projeto receberam qualificação, por meio de um curso de robótica oferecido pela Fundect em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Com a implementação do laboratório, nós podemos desenvolver projetos de 18 alunos PIBIC JR bolsistas CNPq/Fundect e esses alunos receberam um kit com dispositivos eletrônicos e passaram por uma formação remota em educação e robótica. Ao final do ano, eles desenvolveram um dispositivo que nós denominamos de projeto Oswaldo, em homenagem a Oswaldo Cruz”, afirma Cecília.
O dispositivo eletrônico é um contador de tempo que marca os 20 segundos necessários para se higienizar as mãos. “É um dispositivo de contagem de tempo com o uso de LED. À medida que as mãos passam sobre o sensor, eles acendem e vão apagando de 20 em 20 segundos, que é o tempo de lavagem das mãos. A partir desse projeto, nós conseguimos conversar com os estudantes sobre a correta lavagem das mãos, como fazer a higiene e o que é o novo coronavírus. Então a gente trabalhou ao mesmo tempo com comunicação científica, robótica e impressão 3D”, frisa a professora de física.
Os resultados da Rede Arara viabilizaram que ele fosse selecionado novamente para a Chamada Pública para Apoio a Ações Emergenciais junto a populações vulneráveis da Fiocruz. “Nós vamos continuar com as ações do projeto Rede Arara e vamos expandir algumas das ações pensando nas temáticas de educação, comunicação, educação científica, ciência e tecnologia, junto com a robótica”, pontua.