Projeto da UFGD com apoio da SES cria cartilhas e gibis para comunidade indígena sobre o coronavírus

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O coronavírus é um tema ainda muito novo para a população mundial. A temática, que tem sido motivo de muita preocupação, questionamentos e dúvidas, também está impactando nas comunidades indígenas do Estado. Diante da necessidade de traduzir o assunto para a realidade e costumes indígenas, a Universidade Federal da Grande Dourados criou um material didático específico sobre o assunto, traduzido para a língua Guarani e Terena.

A finalidade principal, segundo o membro do COE e relações públicas da UFGD, Franz Maciel Mendes, é apoiar o esforço da comunidade indígena de Dourados e região nas atividades de prevenção à pandemia. “Um apoio significativo teria de ser em uma linguagem que a comunidade entendesse, valorizando a sua língua, no caso a Guarani e a Terena, além das palavras que façam parte do vocabulário utilizado nestas comunidades, com ilustrações produzidas nas próprias aldeias”.

A importância da iniciativa vai além do que se imagina, considerando que a demanda partiu dos próprios membros da comunidade. “Eles [os indígenas] não sabiam o que era essa nova doença, qual sua gravidade e como se proteger. Estes pedidos sensibilizaram professores indígenas que participam de grupo de pesquisa junto a pesquisadores da UFGD, que desenvolveram conjuntamente com os professores indígenas uma metodologia

para atender a demanda comunitária”, reforça Mendes, ressaltando que o projeto é coordenado pelo professor e pesquisador, Neimar Machado.

Entre os procedimentos para conclusão do material educativo adotou-se a língua indígena como vetor de difusão das informações das autoridades de saúde, além da pesquisa das orientações adotadas por sábios indígenas e anciãos dentro da cultura indígena para proteger a saúde. Participaram da pesquisa professores não-indígenas (Andreia Sangalli, bióloga, Neimar Machado de Sousa, professor de história indígena, Veronice Lovato Rosatto, jornalista) e indígenas (Teodora de Souza, guarani, Christiane Aedo, guarani, Cajetano Vera, guarani, Izaque João, kaiowá, Ivanuza da Silva Pedro, kaiowá, Jussara Marques, kaiowá, Adrielly Marques, kaiowá, além de outros jovens estudantes que ilustraram os textos e anciãos que contribuíram com os seus saberes tradicionais).

A tiragem prevista é de 2500 exemplares pela UFGD e 10 mil exemplares pela SES-MS. “Os livros serão distribuídos nas três aldeias de Dourados entre professores indígenas, diretores, coordenadores, profissionais de saúde, lideranças indígenas, nas barreiras sanitárias, e também uma tiragem será destinada a outras aldeias que assim o desejarem”, explica Mendes.

Para o representante da UFGD o cenário é de grande preocupação pelo aumento dos casos nas aldeias, no polo de saúde indígena de Dourados, já são 76 casos confirmados. “As comunidades são grupos de risco em virtude da desnutrição, falta de água e da carência de produtos para a higiene, além da necessidade de informações claras. Em Dourados, por exemplo, há barreiras sanitárias nas entradas das aldeias, além do Panambizinho, onde começaram hoje”, finaliza.

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