Pandemia de coronavírus reduz em 50% casos de homicídio doloso na Capital

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Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram que as medidas restritivas adotadas em Mato Grosso do Sul por conta da pandemia de coronavírus, como o toque de recolher em vários municípios, refletiram também positivamente na segurança pública, com queda nas ocorrências de crimes.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que o mundo vive pandemia de coronavírus no dia 11 de março, e os números analisados são referentes às ocorrências registradas dias antes (de 9 a 15) e três semanas após (30 de março a 5 de abril).

Campo Grande foi uma das cidades que mais apresentaram índices satisfatórios, desde o início da pandemia. Conforme levantamento realizado pela Coordenadoria de Fiscalização e Controle, da Superintendência de Inteligência de Segurança Pública (SISP), crimes como homicídio doloso apresentaram redução de 50% na Capital. Enquanto no período de 9 a 15 de março foram dois assassinatos, de 30 de março a 5 de abril, foi registrado apenas um. Em Campo Grande, o toque de recolher começou no dia 25 de março.

Furto e roubo na Capital também apresentaram redução, sendo de 40% nos casos de furtos. De 9 a 15 de março foram registrados 297 e de 30 de março a 5 de abril, 178 casos. Roubo teve redução de 48%, sendo 87 casos no primeiro período da apuração para 45 casos entre final de março e início de abril. Tráfico de drogas apresentou queda de 31% – de 22 para 15 casos.

No Estado

Em nível estadual os números seguem na mesma trajetória da verificada na Capital. Crimes de trânsito apresentaram redução de 25% – de 80 casos de 9 a 15 de março para 60 casos entre 30 de março a 5 deste mês. Furto teve recuo de 640 para 444 casos (queda de  30%). Roubo foi de 56%, sendo a redução de 146 ocorrências para 64. Tráfico 39%, de 92 para 56 casos.

O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, pontuou que desde o início da pandemia, muitos ficaram em casa e o comércio permaneceu fechado, e algumas pessoas aproveitaram da situação. “Aumentou o número de prisões no comércio. Pessoas que hoje são moradores de ruas, dependentes químicos, tinham como fonte de renda os semáforos, mas precisaram procurar outras fontes para sustentar os seus vícios”, diz Videira, acrescentando que “os crimes continuam independente do vírus. O nosso desafio agora não é [combater] apenas o crime, mas também [combater] o vírus. Temos que nos empenhar e se desdobrar para reduzir todos os índices”.

O levantamento da Sejusp mostra ainda que de 9 de março a 5 de abril em todo o Estado 90 pessoas foram flagradas descumprindo o toque de recolher, sendo 10 em Campo Grande.