Com palestra sobre racismo estrutural, historiadora mostra que realizar ações afirmativas também é papel das empresas

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O combate ao racismo estrutural foi o tema da Roda de Conversa promovida pela Águas Guariroba nesta quarta e quinta-feira (04 e 05.02) na Capital. Voltada para os trabalhadores da empresa e aberta ao público em geral, a apresentação da historiadora Suzane Jardim, mostrou como o racismo foi introduzido no País no decorrer da história e quais são as consequências disso nos dias de hoje. A ação faz parte do Programa Respeito dá o Tom, iniciativa da concessionária para promover a equidade e a igualdade racial baseando-se em três pilares: empregabilidade, desenvolvimento e relacionamento.

De acordo com a historiadora Suzane Jardim, o racismo que estrutura nossa sociedade há séculos mata, adoece e lesa materialmente. “As empresas não irão causar o fim imediato do racismo, mas podem iniciar conversas necessárias, pois o silêncio não irá resolver a situação”, destaca durante a palestra.

Para ela, é importante que as instituições falem sobre o assunto porque isso cria a possibilidade de cumplicidade com os trabalhadores, mostrando que as empresas também têm seu papel no combate ao racismo estrutural e os colaboradores podem cobrar essa responsabilidade das companhias. Além disso, sai do âmbito do que ela chama de “culpabilização individual”, quando o tema é tratado como se apenas fosse responsabilidade do indivíduo se posicionar e combater o racismo na sociedade.

“Quando se traz este assunto para a organização, você sai da camada do superficial, entra na coisa mais importante e profunda e forma, de fato, um cidadão. Porque essa coisa da culpabilização individual, eu sempre falo: sim, é importante você, enquanto sujeito, não propagar racismo, mas tem outras camadas aí. E quando você trabalha com elas, aí sim você tem um panorama de mudança futura”, explica.

“A partir do momento que se abre a oportunidade para se falar de racismo estrutural, a gente está instruindo o cidadão a entender o quanto ele, enquanto cidadão, precisa entender que o racismo está nas instituições, está na política, no sistema econômico, etc. E aí você cria de fato uma sociedade com sujeitos capazes de olhar o que está acontecendo, de fazer uma crítica e para se colocar contra isso em várias outras instâncias”, comenta a historiadora.

Suzane Jardim é facilitadora de processos em educação anti-racista voltados a públicos diversos. Presta serviços de consultoria e pesquisa para cinema, quadrinhos, animações, documentários e outros projetos culturais. Professora de História com experiência em criação de material didático e educação de jovens e adultos, participa de mesas, seminários, congressos e ações em instituições de ensino, ONGs e em universidades por todo o Brasil. Colabora com matérias, reportagens e outras iniciativas de mídia com atuação voltada para a disseminação de conhecimento e avanço de pautas relacionadas aos Direitos Humanos com foco em questão racial, gênero, criminologia e segurança pública.

Respeito dá o Tom

Em pouco mais de dois anos de atuação, o Respeito dá o Tom é um programa da Aegea, holding da qual faz parte a Águas Guariroba, e tem como objetivo a redução da desigualdade racial no mercado de trabalho. Para promover a equidade nas oportunidades e o crescimento profissional de seus colaboradores.

A Aegea possui o selo “Sim à Igualdade Racial”, do ID_BR – Instituto Identidades do Brasil – uma organização sem fins lucrativos que atua na promoção de direitos humanos e na luta pela igualdade racial da população negra, através da inserção no mercado de trabalho. A certificação significa que a empresa se compromete em realizar ações afirmativas voltadas à equidade racial em suas unidades.

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