Novembro Roxo sensibiliza para a prematuridade de bebês

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A adaptação das cores aos doze meses do ano para promover a conscientização e ampliar a informação para alguma causa relevante, tem ganhado cada vez mais força. Além do azul, que promove a saúde do homem, o mês de novembro também carrega uma bandeira de cor roxa, que promove a conscientização sobre a prematuridade dos bebês.

O Dia Mundial e Estadual da Prematuridade foi celebrado no dia 17 de novembro, porém durante todo o mês, a Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebes Prematuros – ONG Prematuridade.com – através de representantes de todo Brasil, promovem ações visando alertar para o crescente número de partos prematuros, como preveni-lo e informar sobre as consequências do nascimento antecipado para o bebê, para a família e para toda sociedade.

Na Maternidade Cândido Mariano, por exemplo, de uma média mensal de 800 nascimentos, cerca de 40 a 60 bebês vão para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A instituição junto ao Hospital Regional e Santa Casa, promovem ao longo do mês, ações para conscientizar sobre a causa. “Chamar atenção para o número de casos de parto prematuro e sensibilizar para a prevenção. O foco é o pré-natal, que junto a bons hábitos e cuidados da própria gestante podem evitar o parto antes da hora”, destaca a psicóloga Jackeline Medeiros que dá suporte aos pais de filhos prematuros na maternidade.

Qualquer nascimento que ocorra após 20 semanas de gestação e antes das 37 semanas completas é considerado prematuro. O nascimento de prematuros no Brasil corresponde a 12,4% dos nascidos vivos, segundo os dados do Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e do Ministério da Saúde. “Esses bebês precisam de cuidados especiais, na maioria dos casos em UTI Neonatal, porque eles apresentam risco de morte e sequelas futuras três vezes mais que um não prematuro”, afirma a psicóloga da Maternidade.

Mãe de Prematuro

Representante da ONG Prematuridade há três anos em Mato Grosso do Sul, a professora Karen Deduch abraçou a causa e decidiu levantar essa bandeira depois de passar 81 dias no hospital com o filho Miguel, nascido em 2013 de 28 semanas de gestação.

Karen e Miguel, hoje com 6 anos de idade.

Ela conta que na época estava com pré-natal em dia, exames em dia, no entanto teve um parto prematuro devido a uma infecção. “Pouca gente sabe que as infecções, dentária, urinária, e até infecção na unha pode ocasionar em um parto prematuro”.

Junto a outras mães de bebês prematuros, Karen celebra uma conquista que veio em 2017 através do Projeto de Lei 5.102 que instituiu no calendário oficial do Estado, o Dia Estadual da Prematuridade. “A cada ano estamos lutando para ampliar as políticas públicas, para o bem-estar da família, e evitar nascimentos prematuros”, destaca.

ORIGEM

Iniciada em Roma, na Itália, através da EFCNI (European Foundation for the Care of Newborn Infants), a campanha no Brasil surgiu há 5 anos com a ONG Prematuridade.com.

O roxo simboliza SENSIBILIDADE e INDIVIDUALIDADE, características que são muito peculiares aos prematuros. O roxo também significa transmutação, ou seja, mudança; a arte de transformar algo em outra forma ou substância, transformação.

Um estudo realizado pela ONG, entre outubro de 2016 e junho de 2019, a partir de dados compartilhados por 3 mil pais, familiares e amigos de bebês que nasceram prematuros no Brasil, mostra que 12,4% dos prematuros ficaram com sequelas sendo que a dificuldade motora é a mais comum, com 40,1% dos casos. Em seguida aparecem os problemas respiratórios com 34,4%, a dificuldade visual com 21,4% e as dificuldades nutricionais e alimentares com 14,5%.

Das quatro dificuldades motoras apresentadas, as mais citadas foram a paralisia cerebral (16,7%), atraso no andar (16%), atraso motor (12,4%) e não andaram (8,7%).

A ONG desenvolveu um manual de orientação aos pais, familiares e cuidadores de prematuros na alta hospitalar. Faça o download aqui