A atuação da Energisa, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica em Campo Grande, voltou a ser alvo de questionamento na Câmara Municipal. Durante a palavra livre, na sessão ordinária desta terça-feira (22), os parlamentares criticaram a empresa que, segundo vários consumidores, tem cobrado valores abusivos nas contas de luz.
“Essa Casa tem que ter envolvimento. Esse monopólio é no Brasil inteiro. Tem pessoas que ganham um salário mínimo e estão pagando R$ 400 de conta de luz. Eles abaixaram após o movimento que fizemos com as Câmaras do interior, mas agora voltou a subir. A energia está maior que o IPTU, em muitos casos. Isso é vergonhoso. Nós, vereadores, somos a voz do povo. Mas, isso cabe aos deputados. Temos que exigir e dar um basta a esse monopólio”, cobrou o vereador Valdir Gomes.
Os valores cobrados nas contas dos consumidores já foram foco de debate na Casa. Em agosto, por exemplo, os vereadores aprovaram um requerimento cobrando informações sobre a atuação da empresa em Campo Grande.
Inicialmente proposto pelo vereador Chiquinho Telles, o documento elencava uma série de questionamentos acerca das ações desenvolvidas pela concessionária na Capital, como critério adotados para concessão de benefícios, trabalhos sociais e avisos aos consumidores sobre cortes de luz.
“Por onde passa, a Energisa deixa rastro de destruição e insensibilidade. A reclamação é geral. Estou encaminhando ofício para saber o que o Procon fez em relação a essas reclamações. Pelo terceiro ano consecutivo essa empresa foi campeã de reclamações. Recebo centenas de reclamações de falta de energia nos bairros depois de uma chuva. Não fazem nem o serviço de manutenção. É fato que a população de Campo Grande está sofrendo com a conta abusiva. Foram centenas de problemas que chegaram ao meu gabinete. Será que não está faltando concorrência? Será que aqui já não cabe três ou quatro empresas para cuidar da energia de Mato Grosso do Sul? A falta de concorrência faz com que o povo tenha saudade da Enersul, que já não prestava”, criticou Chiquinho.
A Câmara discute o aumento das tarifas desde o surgimento das primeiras reclamações, em janeiro deste ano, ainda durante o recesso parlamentar. À época, a Casa sediou reunião pública sobre o problema e o coordenador comercial da Energisa, Jonas Ortiz, descartou irregularidades nos valores cobrados nas contas. Ainda, justificou que o recorde de calor resultou no aumento do consumo de energia e, consequentemente, nas altas constatadas nas contas. As respostas não convenceram os vereadores.
No mês seguinte, mais de 210 vereadores de 54 municípios de Mato Grosso do Sul compareceram a audiência pública convocada pela Câmara Municipal para debater os aumentos expressivos registrados nas contas.
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