Mostra de Cinema Alemão foi aberta nesta terça em alusão aos 30 anos da queda do Muro de Berlin

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 O premiado “A vida dos outros” abriu na noite desta terça-feira (10.09), no Museu da Imagem e do Som, a Mostra de Cinema Alemão. Com abordagem sensível e inteligente, o longa, ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2006, confronta a natureza totalitária da antiga Alemanha Oriental.

O filme, escrito e dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck, narra a história de um agente da Stasi, a polícia política da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) que se envolve num serviço de escutas clandestinas do apartamento de um casal da cena cultural da Berlim Oriental. Mais tarde, ele se vê envolvido na vida do casal e tem um papel decisivo em seus destinos.

Na mesma época do lançamento do filme, seu roteiro foi publicado pela editora Suhrkamp Verlag. O diretor e o protagonista Ulrich Mühe foram processados por calúnia por uma entrevista na qual Mühe declarou que sua ex-esposa passou informações contra ele à Stasi nos seis anos em que foram casados. No material publicitário do filme, Henckel von Donnersmarck diz que a ex-esposa de Mühe negou as acusações, apesar de existirem 254 páginas de documentos oficiais da antiga Alemanha Oriental detalhando as espionagens dela.

Com “A Vida dos Outros”, Henckel von Donnersmarck tornou-se o terceiro cineasta alemão a receber o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. O custo de produção do longa foi de apenas dois milhões de dólares, mas seu lucro mundial foi de mais de 77 milhões. Em 2009, a revista estadunidense National Review nomeou “A Vida dos Outros” o melhor filme dos últimos 25 anos.

O curador da Mostra, Benjamin Möck, disse que os filmes que serão exibidos esta semana no MIS foram escolhidos devido a temas contemporâneos do país alemão, como o nazismo e situações de antes e depois da queda do Muro de Berlin. “Neste ano completam-se os 30 anos da queda do Muro de Berlin, portanto, tentei selecionar temas mais atuais que envolvam este assunto e as consequências da queda do muro”.

A respeito da 2ª Guerra Mundial, do nazismo e de como o mundo passou a ver a Alemanha depois desse período, Benjamin, que veio de Stuttgart, explica que os alemães “têm muita vergonha desse período”, e que é uma situação que ele acredita que não vai voltar nunca mais, por se tratar de uma situação econômica da época. “Foi uma situação mais econômica que política, pois os judeus eram um povo muito rico, apesar de haver um crescimento da extrema direita na Alemanha nos últimos tempos, por conta da imigração”.

O curador agradeceu a parceria com o MIS para a realização da Mostra. “A gente não tinha cinema alemão em Campo Grande. Não são filmes como os de Hollywood, há muita história e crítica social nessas produções. Os filmes que a gente trouxe para a Mostra procuram fazer com que as pessoas tenham um ponto de vista mais amplo a respeito da Alemanha. Por isso, a parceria com o museu é fantástica”.

Em busca dessa amplitude de pensamento, a professora do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino, Isabela Ribeiro, decidiu comparecer à Mostra nesta terça-feira. Isabela disse que se interessa por cinema alemão e francês por sua vertente de estudos enquanto pedagoga ser o marxismo. “Aproximo-me de cineastas que pensam o mundo de forma diferente. E o MIS é um espaço de integração de pessoas de diferentes idades e contextos culturais. O público precisa aproveitar mais esse espaço. O contato com a arte me faz crescer como pessoa, agrega na formação cultural. Quando a gente consome arte a gente se transforma. Tenho a capacidade de debater os temas com meus alunos, de levar uma visão diferente para eles, de elaborar uma aula, uma produção de texto muito mais enriquecida”.

Os amigos Daniel Almeida machado, mestrando em Literatura, e Weslley da Silva Cunha, artista visual, frequentam o museu toda semana por causa da qualidade dos filmes que são exibidos. “O filme de hoje está na lista do livro ‘1001 filmes para ver antes de morrer’, e a gente está se propondo a ver os filmes que estão citados neste livro. Inclusive a gente já viu alguns desses filmes em outras mostras aqui no MIS. Toda semana estamos aqui”.

Se você se interessou, a Mostra de Cinema Alemão continua até esta sexta-feira, dia 11 de setembro. A entrada é franca. O MIS fica no 3º andar do Memorial da Cultura e Cidadania (Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559). Telefone: (67) 3316-9178. Confira aqui a programação e participe!

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