MARCO: que tal o domingo na casa da arte sul-mato-grossense?

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Em plena temporada de seca e incêndios florestais, a intervenção artística “Uma árvore pedindo socorro” em exposição no MARCO – Museu de Arte Contemporânea não poderia ser mais emblemática e pertinente. Com uma série intitulada “Espectro” a artista mineira, Alesandra Cunha chama a atenção para as duas faces de destruição da natureza e do homem. São pinturas em tecido que mostram fantasmas que ela chama de “alma das aves” envoltos em fumaça em meio a detritos de uma natureza literalmente morta. A diretora do Museu, Lúcia Montsserrat, conta que a artista se inspirou no tema durante a viagem de volta para Uberlândia (MG) ano passado, quando viu várias queimadas pelo caminho.

A curadora Lúcia Montsserrat ressalta que é preciso ter apenas sensibilidade para perceber a mensagem da arte

Esta é uma das quatro exposições que estarão no Marco até o final do mês, esperando a visita do campo-grandense. Localizado num dos cartões postais da cidade, o Parque das Nações Indígenas, o museu e oferece cinco salas de exposição, com uma mostra permanente (panorama da história das artes plásticas no estado) e outras temporárias.

Nesta primeira temporada do ano, que termina no final do mês o público poderá visitar exposições dos artistas sul-mato-grossenses: Gabriel Quartin, Wagner Thomaz e Aldo Torres. A entrada é gratuita e o passeio é garantia certa de beleza e cultura. Para quem ainda pensa que para visitar o Museu é preciso entender de arte, a diretora explica que qualquer pessoa com um pouco de sensibilidade consegue perceber a mensagem daquela imagem, seja pintura, fotografia, intervenção ou escultura. “A arte não precisa ser entendida, precisa ser sentida”, explica Lúcia. Segundo ela, nem sempre o que o artista quer dizer é o que o espectador senti ou percebe.

Pinturas e fotos que retratam a realidade

Mostra “Educação e o Abono Teórico Feminino através da Beleza”

Pela primeira vez o Marco terá exposição restrita para menores de 18 anos. Trata-se da mostra “Educação e o Abono Teórico Feminino através da Beleza” do artista Gabriel Quartin que através do trabalho de colagens faz reflexão sobre o tema do feminicídio. As cenas, claro, são fortes como o próprio tema. “Já tivemos problemas no passado e não queremos que isto aconteça novamente”, explica a diretora.

O artista Aldo Torres apresenta sua Revolução das Esculturas. O artista, que já foi morador de rua e conseguiu cursar universidade de Belas Artes na UFMS, faz uma exposição de cunho social e político. Para ele, quem fecha os olhos para um contexto hostil à criação, não pode ser chamado de artista.

Na sala onde estão as fotos do artista de Wagner Thomaz, o espectador vai se encantar com o horizonte e as cores dos campos. “São fotos maravilhosas”, elogia Lúcia. São seis fotografias no formato de 80cm X 100cm de paisagens locais que trazem na sua configuração a simplificação de elementos em prol do ajuste de cor evidenciando os contrastes.

Além das mostras temporárias, o visitante não pode deixar de conhecer o acervo do MARCO com origem na Pinacoteca Estadual, prêmios aquisitivos e doações de artistas, colecionadores e instituições. Parte das obras estão expostas no primeiro andar e é uma excelente oportunidade de conhecer a origem da arte sul-mato-grossense. Estão lá nomes como, Humberto Espíndola, Beto Lima, Heron Zanata, Lídia Baís, Rigot, Isaac de Oliveira, Adilson Schieffer, Ilton Silva, Terezinha Neder, Lúcia Coelho, Nelly Martin, entre outros artistas que ajudaram a construir a verdadeira arte do Estado.

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