Com o avanço das tratativas para concretizar o Corredor Rodoviário Bioceânico de carga ligando o Brasil – via Porto Murtinho – ao Chile, passando pelo Chaco paraguaio e o Norte da Argentina, representantes dos quatro países decidiram iniciar estudos para se implantar uma rota turística acompanhando o mesmo traçado. O Turismo foi tema da Mesa de Trabalho número 5, coordenada pelo secretário nacional de Integração Interinstitucional do Ministério do Turismo do Brasil, Bob Santos, e que teve como redator Cristiano Circuito, da Associação Brasileira das Agências de Viagens de Mato Grosso do Sul (ABAV/MS).
A decidiu saiu durante a VIII Reunião do Grupo de Trabalho do Corredor Rodoviário Bioceânico, que contou com a participação de delegações do Brasil, Chile, Paraguai e Argentina no Hotel DeVille, em Campo Grande, nos dias 21 e 22 de agosto, e foi prestigiada por importantes autoridades como o governador Reinaldo Azambuja, senadores Nelsinho Trad e Soraya Thronicke, deputados federais Luíz Ovando e Vander Loubet, os embaixadores Mónica Dinucci, da Argentina; Glória Irma Amarilla, do Paraguai; Roberto Ruiz Piraces, do Chile; e Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores do Brasil.
O Turismo entrou na pauta de discussões do GT nesta reunião e as articulações já avançaram bastante. Ficou decidido que será feito um mapeamento dos atrativos turísticos existentes ao longo do Corredor, nos quatro países. Também será criada uma marca da Rota Bioceânica a ser utilizada na promoção turística de seus atrativos pelos quatro países. O detalhamento desse tema acontecerá na 9ª Reunião do GT, a ser realizada em Antofagasta (Chile), ainda neste ano.
A rota do turismo bioceânica vai ser elaborada pelos participantes do grupo que discute o Corredor Rodoviário ligando Mato Grosso do Sul ao Chile
Detalhes como a documentação dos veículos e motoristas, vacinas obrigatórias, a ausência de postos de combustíveis em alguns trechos, e a necessidade de melhorar a infraestrutura para acolher os turistas foram levantados na reunião e devem integrar um estudo mais aprofundado a respeito. A Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul ficou responsável por elaborar uma ficha de coleta de informações para verificar as exigências, produtos turísticos e estrutura disponível e o perfil dos atuais visitantes, que será preenchida por cada país no prazo de 30 dias.
A Fundtur também será responsável por alinhar estratégias de organização de expedições turísticas para promover a rota, sendo que na ocasião já foi apresentada a “Expedição Rota 67 e o 1º Tour da Harley Davison”. A ABAV/MS está encarregada de fazer contato com as locadoras de automóveis para encontrar uma solução à dificuldade de alugar um veículo que possa transitar livremente por todos esses países.
A concretização de uma rota turística com toda a infraestrutura necessária (postos de combustíveis, acomodação, restaurantes) ao longo do trajeto e sem a burocracia atual para transpor fronteiras, vai permitir que a família sul-mato-grossense visite o Chile – e vice-versa – de carro, percorrendo uma distância de aproximadamente 2.400 quilômetros. É mais perto do que uma viagem de Campo Grande a Salvador (BA), por exemplo, distante 2.500 quilômetros. Cabe ressaltar os atrativos que o turista aventureiro poderá apreciar pelo caminho: as paisagens do Chaco paraguaio, a região montanhosa de Salta (no pé da Cordilheira dos Andes) e a travessia do deserto de Atacama, no Chile, sabores e visual que formam ingredientes de uma viagem sem comparação, com certeza.