Além de potencializar a logística e a integração de Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, o Corredor Rodoviário Bioceânico vai fomentar os setores da cultura e do turismo. Autoridades dos quatro países avançaram nas tratativas para conectar as regiões de fronteira durante reunião realizada nesta quinta-feira (22) em Campo Grande.
“Vamos criar condições de integração não só comercial. O nosso papel aqui é organizar uma lógica para o Corredor Bioceânico que inclua questões turísticas, culturais e comerciais. Assim vamos criar mais competitividade para a rota”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja.
Segundo o coordenador do Corredor Bioceânico no Brasil, ministro João Carlos Parkinson de Castro, uma marca turística será lançada para fortalecer o percurso. “Identificamos também a necessidade do mapeamento dos principais pontos turísticos ao longo da rota”, disse. Futuramente, o grupo quer lançar um observatório de turismo para o trecho.
As discussões sobre os projetos do Corredor Rodoviário Bioceânico, que liga o porto de Santos (SP) aos portos do Chile, avançaram ainda em projetos de integração das aduaneiras dos quatro países. “É fundamental que o Corredor se beneficie com um tratamento especial para contar com agilidade nos trâmites aduaneiros”, falou Parkinson.
Da Ásia aos EUA
O Corredor Rodoviário Bioceânico vai encurtar em até 14 dias o tempo de viagem das exportações do Centro-Oeste do Brasil até a Ásia, principal mercado consumidor das vendas de Mato Grosso do Sul.
Com a Rota, a produção sul-mato-grossense, que atualmente deixa o País pelos portos de Santos e Paranaguá (PR), será exportada pelos portos chilenos. A economia prevista é de US$ 760 por contêiner, conforme estudo apresentado pelo senador Nelson Trad Filho.
Segundo o parlamentar, que preside a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal, o Corredor também aproxima os Estados Unidos dos países da América do Sul. Para ele, é mais uma alternativa para “incentivar o desenvolvimento da economia local”.
Escritório do Itamaraty em MS
Ministro das Relações Exteriores do Brasil, o embaixador Ernesto Araújo também participou da reunião para reafirmar o apoio do Governo Federal ao projeto da Rota Bioceânica. “Mais do que unir os dois oceanos, o Corredor será motor de integração da América do Sul, promovendo a integração em escala regional e nacional, contribuindo para o desenvolvimento conjunto”, afirmou.
Ernesto Araújo divulgou que o Ministério das Relações Exteriores trabalha em projetos para atuar nos estados de fronteira do Brasil, que tem desafios próprios e oportunidades imensas. Segundo ele, tratativas foram iniciadas para a abertura de um escritório do Itamaraty em Campo Grande para “concretizar oportunidades que estão abertas aqui”.
“Queremos estar juntos com Mato Grosso do Sul e todos os estados de fronteira ajudando a dinamizar as economias e aproveitando as oportunidades”, afirmou o embaixador.
Também participaram da Reunião do Corredor Bioceânico os secretários estaduais Eduardo Riedel (Governo e Gestão Estratégica), Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e Pedro Chaves (Relações Institucionais e Assuntos Estratégicos do Governo de Mato Grosso do Sul no Distrito Federal); a senadora Soraya Thronicke; os deputados federais Beto Pereira e Luiz Ovando; o diretor da Itaipu Binacional, Carlos Marun; e o diretor-presidente da Fundação Estadual de Turismo de MS (Fundtur), Bruno Wendling, além de demais autoridades brasileiras, paraguaias, argentinas e chilenas.
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