Professores da REME participam de evento sobre diversidade étnico-racial

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Abordar as questões étnico-raciais no contexto escolar é a proposta do evento “Diálogos sobre educação: Relações Afro-brasileiras e Indígenas no contexto escolar”, que está acontecendo durante esta segunda-feira (12), no auditório da Secretaria Municipal de Educação, com a participação de professores, diretores, supervisores, orientadores e com coordenadores pedagógicos.

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A secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, falou sobre a necessidade diária de observar a forma como nos relacionamos com as diferenças culturais e étnicas. “É mais um dia de aprendizado importante. Precisamos sempre debater, dialogar e trabalhar com as escolas, enfatizando o respeito”, afirmou.

O evento tem como objetivo implementar as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 – que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena. Segundo a chefe da Divisão de Educação e Diversidade da Rede Municipal de Ensino (Reme), Magali Luzio, mais do que problematizar o racismo e a discriminação, é fundamental a proposição de ações afirmativas, que favoreçam a desconstrução de estereótipos e preconceitos relacionados à população afrodescendente e indígena. Por isso, a Reme desenvolveu ações para promover a discussão sobre a importância da efetivação destes conteúdos no contexto escolar.

“Nossa proposta é disseminar, para as unidades escolares, a importância, o reconhecimento e a valorização da cultura afro-brasileira e indígena. Por isso o evento serve para repensarmos a parte docente com foco em uma pedagogia intercultural”, pontuou. A proposta dos temas abordados é ressaltar a necessidade de conteúdos históricos e culturais relacionados a questões étnicas e raciais façam parte do currículo e da formação continuada para professores, para melhor compreensão de que o reconhecimento da diversidade deve ser uma consciência cultural.

Legitimização

No período da manhã, ministrou palestra a professora doutora Valéria Aparecida Mendonça de Oliveira Calderoni, que falou sobre o tema “Diversidade e diferença étnica: desafios para uma pedagogia intercultural”. Na opinião da professora, mesmo o Estado sendo o segundo maior do país em população indígena, é comum as pessoas ainda disseminarem ideias do período colonial. “Nós ainda não conseguimos perceber determinadas atitudes racistas e praticamos achando que é natural. Quero provocar o público para que ele perceba como nós temos em mente ainda esse pensamento colonialista enraizado na sociedade”, ressaltou.

O caminho para evitar estas práticas, segundo a professora, é abordar e fortalecer diariamente as identidades diversas, não apenas em dias específicos. “Os conhecimentos estão dentro da escola, temos apenas que legitimá-los”, disse.

À tarde será a vez da professora doutora Bartolina Ramalho Catanante abordar o tema “Educação para as Relações Étnico-raciais na Educação Básica”. Já o professor doutor Gaudêncio Gomes Campos discutiu a temática “Modo de ser/estar indígena para repensar a prática pedagógica. A proposta das palestras voltadas aos profissionais da Reme é mostrar também as ações afirmativas que favoreçam a desconstrução de estereótipos e preconceitos relacionados à população afrodescendente.