Obra no Parque das Nações já retirou 20 mil m³ de areia do lago maior

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O cenário de canteiro de obras com retroescavadeiras e caminhões rodando pra lá e pra cá transformaram a paisagem do Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande. Quem frequenta o local sabe que o movimento é por causa do desassoreamento do lago e entende que o transtorno momentâneo é para o bem maior.

A jovem Beatriz Barbosa, de 18 anos, trabalha como fotógrafa e costuma usar a natureza do Parque das Nações Indígenas como cena de fundo para diversos ensaios fotográficos. “Até mesmo com a obra tem gente que não dispensa esse local”, disse.

Um dos clientes dela, o funcionário público Edilson Nascimento, de 30 anos, escolheu o lugar para eternizar momentos ao lado da família. “Era um crime deixar o lago do jeito que estava, se perdendo em meio a areia. Então, ainda que cause um transtorno, essa obra está aprovada”, falou.

Desde que teve início em 11 de junho deste ano, a obra de desassoreamento já retirou 20 mil metros cúbicos de areia do lago maior do Parque das Nações Indígenas já. A estimativa é escavar, ao menos, 140 mil metros cúbicos de sedimentos para manter o espaço com vida.

Mesmo com obras, parque ainda é cenário preferido de clientes, diz fotógrafa

Executados pela Prefeitura de Campo Grande em parceria com o Governo do Estado, os trabalhos de retirada são feitos de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30. R$ 1,5 milhão é investido no local. O cronograma da obra segue em dia, com prazo para encerramento em outubro deste ano.

“A chuva atrapalha um pouco, pois é difícil para o maquinário trabalhar com a areia molhada”, explicou o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos da Capital, Rudi Fioresi. Mas, segundo ele, a equipe está empenhada para agilizar o desassoreamento. “Seis retroescavadeiras, uma pá carregadeira e 20 caminhões fazem o trabalho”.

Moradora de Campo Grande, a carioca Sônia Palhares, de 54 anos, foi pega de surpresa ao levar um casal de amigos do Rio de Janeiro para conhecer o Parque. “Eu sabia que estava em obras, mas não imaginava que estava desse jeito”, falou.

Mesmo sem terem visto o cartão postal de Campo Grande, Dalmir e Nélia ficaram encantados com a exuberância da natureza do Parque das Nações Indígenas e disseram que estão animados com a obra de recuperação do lago. “Vamos voltar quando terminar”, afirmaram eles sobre a obra.

Sônia (esquerda) e os amigos turistas do Rio de Janeiro, que aprovam a obra

Recuperação

O desassoreamento do lago faz parte das seis ações realizadas pelo Governo do Estado para a revitalização do Parque das Nações indígenas, frequentado diariamente por cerca de duas mil pessoas.

Será construído um piscinão no Córrego Reveilleau, na esquina das avenidas Mato Grosso com Hiroshima; feito o controle de erosão e recomposição vegetal das margens do Córrego Joaquim Português; e executada a implantação de uma comporta de regulação do nível do lago, tão logo o desassoreamento esteja concluído.

Para evitar que o lago volte a ficar assoreado, com o carreamento de areia junto com a enxurrada que desce dos bairros do entorno do Parque dos Poderes, serão executados dois projetos, nos córregos Reveilleau e Manoel Português, cujas águas formam o lago.

No Reveilleau, será implantado um piscinão, inicialmente projetado para armazenagem de 22 mil metros cúbicos de água. No Manoel Português, o Governo do Estado vai executar obras de controle de erosão e replantio da vegetação nas margens. Os projetos já estão sendo contratados e a licitações devem ocorrer até dezembro de 2019.

Ao todo, 140 mil metros cúbicos de sedimentos devem ser retirados do lago até outubro

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