“Dores do Mundo” será apresentado nos dias 13 e 15 de julho, na Praça dos Imigrantes
Retratar histórias e mazelas de dois moradores de rua que lutam para sobreviver em uma sociedade profundamente doente é o que busca fazer o espetáculo “Dores do Mundo”, da Cia. Transborda de Artes Cênicas. Para isso, eles exploram as linguagens da bufonaria para promover reflexões sobre as injustiças sociais. A estreia da peça acontece no dia 13 de julho, com mais uma apresentação no dia 15 de julho, as duas na Praça dos Imigrantes a partir das 19 horas. As apresentações são abertas ao público.
O espetáculo é dirigido por Joice Aglae, que vive hoje em dia em Salvador, na Bahia. Ela é atriz e diretora, formada em Direção Teatral pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), em 2000 e, desde então, desenvolve pesquisa acadêmica voltada para a comicidade.
Atualmente é pós-doutora pelos programas de pós-graduação em Artes Cênicas da UFBA (Universidade Federal da Bahia), e Artes da UFU (Universidade Federal de Uberlândia). Também é professora adjunta da Escola de Teatro da UFBA. Ela fundou a Cia Buffa de Teatro, onde é atriz e diretora e desenvolve pesquisa e trabalhos com a linguagem do bufão.
A proposta do projeto nasceu após o encontro da atriz campo-grandense Tauanne Gazoso Lacerda com Joice, na Cia. Buffa de Teatro, Salvador, em setembro de 2017. Na ocasião, Tauanne, esteve presente no curso “Bufão: Corpo, Máscara e Linguagens, ministrado pela diretora.
“Durante o processo tive a oportunidade de participar de um treinamento intensivo e prático sobre o corpo-máscara do bufão e suas linguagens. Um mergulho no universo grotesco e suas possibilidades estéticas”, recorda a atriz. “Desta forma este projeto consiste em uma segunda etapa desta pesquisa pessoal e artística sobre o corpo-máscara, corpo-grotesco e bufonaria”, completa.
Tauanne então convidou Joice para dirigir a peça e assim surgiu o projeto “Bufões”, que foi contemplado com recurso do Programa de Fomento ao Teatro (Fomteatro), oriundo da Prefeitura de Campo Grande por meio da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo).
“O espetáculo é resultado de uma imersão na linguagem do bufão. Foram aproximadamente 6 meses de pesquisa e preparação corporal com base nas pesquisas e propostas de Joice”, afirma Tauanne.
Além de Tauanne, está em cena o ator Jorge de Barros, que trabalha com o bufão pela primeira vez. “Minha participação como convidado no projeto Bufões é mais um desafio. Como ator em cadeira de rodas será a minha primeira experiência no Teatro de rua e com o mundo dos bufões. A proposta do projeto inclui também as questões sociais de acessibilidade e inclusão me trouxeram novas descobertas”, reflete.
Inclusão
A bufonaria é uma linguagem que muito potente, que tomo todo o corpo do ator, habitando seu universo e se comunica com a paródia, riso, humor, loucura, metáfora entre outras linguagens.
“Ela aguça o senso crítico e nos mostra uma possibilidade de revelar questões sociais de uma forma teatral, ocupando formas múltiplas de expressões. Os bufões representam todas as minorias marginalizadas socialmente e trazer essa linguagem para desvelar questões que dizem respeito à mulher, ao feminino, aos deficientes é dar voz a estas pessoas de um modo diferente, cumprindo também com o papel do teatro”, pontua Joice.
Para Jorge, que atua nas artes cênicas há quase 40 anos, dar visibilidade a essas questões é extremamente importante. “Existem poucos artistas com deficiência nas artes cênicas e no quadro geral das artes. Acredito que a proposta e os resultados serão importantes no contexto artístico da nossa região e também para fortalecer as possibilidades de inclusão das diversidades pela arte”, avalia.
“Dores do Mundo” é uma produção da Cia. Transborda de Artes Cênicas, com dramaturgia e direção de Joice Aglae, adaptação do texto por Tauanne Gazoso Lacerda e conta com Tauanne e Jorge de Barros no elenco. A trilha sonora é de Ewerton Goulart, fotos de Catia Santos e arte visual de Giu Beto.
Serviço: A peça será apresentada nos dias, 13 e 15 de julho, na Praça dos Imigrantes, que fica na Rui Barbosa, esquina com a rua 26 de Agosto, Centro. As apresentações são abertas ao público.
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