A preocupação em preservar a identidade original e única, bem como a receita de fabricação, da mais famosa lingüiça do Brasil, a Lingüiça de Maracaju, seus idealizadores com apoio da comunidade a anos vem buscando a preservação e registro da linguiça.
Sua fama se tornou possível depois de ter entrado no Guinness Book,e, por se tornado festa tradicional no estado e no pais através da culinária, este ano foi a edição da 25ª Edição da Festa da Lingüiça de Maracaju realizada pelo Rotary Club em parceria com o município, estado, além de outros parceiros.
Os trabalhos de reconhecimento começaram com a criação da Associação dos Produtores da Tradicional Lingüiça de Maracaju ( APTRALMAR), de lá para cá os trabalhos encontram mais apoio e os resultados começaram a aparecer. Em 2016, os produtores e a associação comemoram o registro de Indicação Geográfica (IG) que garante a proteção contra falsificações de origem e produção. O processo teve o apoio do Sebrae e começou com estudo detalhado do produto, levantamento de dados e a documentação necessária para o registro da linguiça no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Esta semana mais uma notícia a ser comemorada, pela associação e por toda a comunidade. O acordo comercial entre Mercosul (Mercado Comum do Sul) e UE (União Europeia), assinado na última sexta-feira 28 de junho, deu status especial à Linguiça de Maracaju. A partir de agora, a iguaria de Mato Grosso do Sul integra lista de 220 itens protegidos pelo Mercosul.
O reconhecimento do IG, e, proteção pelo Mercosul e dado aos produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer. Com o título, agora a linguiça ganhou um “up” contra a imitação. Para o prefeito Maurílio Ferreira Azambuja, disse que a Lingüiça é sem dúvida um dos produtos que mais leva o nome do município em destaque até em nível internacional. Com essa garantia a produto terá mais proteção no mercado “A nossa produção vai ser mais vista, principalmente, porque os moradores da região é que possuem a técnica e fazem sucesso. Outras pessoas até tentam imitar, mas não conseguem”, disse.
A lingüiça, além do sabor diferente, do destaque ao município na gastronomia, está ligada a história dos seus primeiros habitantes, a lingüiça está ligada direta a história de Maracaju.
Isso de acordo com um dos pioneiros das famílias de colonizadores e que conseguiram durante os anos manter a receita da iguaria.
Gerson Alves Marcondes, de 85 anos, e a esposa Armezinda Alves Marcondes estão entre os pioneiros da receita, ele disse que via os pais produzindo a lingüiça, e, assim aprendeu a confeccionar e repassou as outras gerações. Apesar de a receita ser pública, com cortes bovinos de primeira linha, temperos regionais e toque especial do suco da laranja azedo, os maracajuenses não gostam de passar o segredo, afinal, tem até jeito certo para cortar a carne.
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