Tenda do Artesanato no Festival terá produção de MS e Amazonas

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O Festival de Inverno de Bonito 2019 vai trazer na tenda do artesanato, na Praça da Liberdade, exposições com peças de Mato Grosso do Sul, do Amazonas, como Estado convidado, e terá o Espaço Mãos que Criam, local disponível aos mestres artesãos para a demonstração das suas técnicas artesanais.  

O artesanato de nosso Estado será representado por seis entidades: Artems, Uneart, Sinart, API, Proarte e AMI. As peças trazem à tona temas referentes ao Pantanal, às populações indígenas, ao intercâmbio cultural favorecido pelas divisas, pelas fronteiras com Paraguai e Bolívia e pelo movimento migratório de várias partes do país e do mundo para o Estado.

Nosso artesanato retrata costumes, tradições e demais referências culturais. É produzido, em grande parte, com matérias primas locais e manifesta a criatividade e a identidade cultural do povo sul-mato-grossense. Os recursos naturais abundantes em nossa região são traduzidos, por exemplo, em peças artesanais de madeira e fibras (taboa, broto de buriti, talo de coqueiro, capim) que se transformam em abajur, bandeja, luminária, fruteira e cestos.

Destacam-se, também, os trabalhos em cerâmica como utensílios domésticos e esculturas cujas imagens marcam fortemente a nossa identidade cultural numa linguagem diferenciada, além dos elementos que fazem parte de um cenário mais regional como o pilão, gamelas, cabaça, bancos, carro de boi e trabalhos em couro, e que são perpetuados pelas mãos hábeis de grandes de artesãos do Estado.

Desde 2010, são convidados para o FIB os Estados da Federação cujo artesanato seja destaque por sua riqueza e diversidade como expressão cultural. Este ano, o Estado convidado é o Amazonas, com as artesãs Elcione de Souza Martins, Katyucia Andrade Nascimento, Luciana Pinto Vieira, Maria Rocineide Santos da Silva, Maristela da Silva de Abreu e Claudia Regina Oliveira Monteiro.

Nos últimos anos, o Estado do Amazonas deu um grande salto no desenvolvimento do artesanato, mostrando qualidade, criatividade e aumento da sua capacidade de produção. Atualmente o Amazonas apresenta mais de 3.089 mil artesãos cadastrados no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab), contemplando diversas tipologias, influenciadas pela vocação do fazer à mão, pela disponibilidade de matéria-prima nas regiões do Estado e da criatividade individual de cada artesão envolvido, tornando-os verdadeiros patrimônios culturais.

O FIB terá também o Espaço Mãos que Criam com o objetivo propiciar aos visitantes a proximidade com o mestre artesão, maior conhecimento da produção artesanal, bem como das técnicas e do processo produtivo do artesanato brasileiro, a fim de promover a valorização da cultura local.

Trata-se de um espaço físico disponível aos mestres artesãos para o desenvolvimento da técnica artesanal nacional, estadual e municipal, que vão se revezar na demonstração de técnicas artesanais variadas. Os artesãos foram indicados pelas associações de artesãos e pelo Estado convidado: Elpído Alves de Freitas, Luiz Mauro dos Santos, Maristela da Silva de Abreu e Nilson dos Santos.

O artesão sul-mato-grossense Elpídio Alves de Freitas começou fazendo porta bíblias, casarios e placas de fazenda. Sua técnica foi sendo desenvolvida a partir de um dom seu, pois no colégio já fazia esculturas nas pontas dos lápis com gilete. Quando pega uma madeira, mesmo que toda torta, já sabe o que fazer dela pela prática que adquiriu “cutucando a madeira”.

Hoje trabalha bastante com peças de cunho religioso: oratórios, divino espírito santo e genuflexório. Existem também as peças de inspiração pantaneira, como ranchos, poços e porta-chaves.

Luiz Mauro dos Santos, de Campo Grande, trabalha com entalhe em madeira. Esculpe obras retratando a fauna e cultura do povo sul-mato-grossense. Produz aves e animais do Pantanal, carros de boi e monjolos. É autodidata, e suas obras são atualmente conhecidas até mesmo no exterior.

A artesã do Amazonas, Maristela da Silva de Abreu, trabalha com trançado em fibras. Pertence à etnia Baré e trabalha com artesanato indígena desde seus oito anos de idade. Hoje ela transforma a fibra de tucum, material extraído direto da natureza, em novelos que são fios tecidos e enrolados manualmente. Confecciona bolsas, acessórios e utensílios.

Trabalha também com variadas matérias-primas como fibra de arumã e fibra de tucumã. Esse dom Maristela herdou dos seus antepassados, que foram passando de geração em geração esse conhecimento. Hoje faz do seu trabalho em artesanato sua fonte de renda.

Nilson dos Santos reside em Bonito há mais de 20 anos e trabalha com a técnica do entalhe em madeira há 16 anos. Utiliza principalmente a cerejeira e a aroeira para confeccionar bichos do pantanal, placas de fazenda e móveis rústicos, que conclui em 15 minutos a três dias de trabalho.

Durante o FIB haverá uma segunda tenda com espaço exclusivo para comercialização do artesanato de Bonito: peças em couro, madeira, gesso, material reciclado, tecido, entre outros materiais. Uma das principais manifestações culturais da região é representada pelo artesanato feito da reciclagem do osso bovino, couro e restos de madeira, que busca alternativas produtivas, focadas na preservação ambiental e na criação de fonte de renda sustentável para a população mais carente da região.

Outra manifestação bem forte na região é a cerâmica confeccionada pelos índios Kadiwéu, conhecida internacionalmente como Cerâmica Kadiwéu. Produzem objetos utilitários e decorativos: potes, panelas, jarros, moringas, placas e animais.

Durante o Festival será realizada uma expedição de lojistas brasileiros do setor artesanal, em parceria com o Sebrae. Almeja-se o intercâmbio entre eles e os artesãos de Mato Grosso do Sul a fim de favorecer o escoamento da produção do Estado. Foram abertas dez vagas para empresários do setor artesanal oriundos de todo o país. Também serão realizadas visitas aos núcleos de artesanato de Bonito/MS.

As tendas do Artesanato estarão abertas à visitação durante o Festival de Inverno de Bonito 2019, de 25 a 28 de julho (quinta a domingo): quinta, das 17 às 22 horas, e sexta a domingo,  das 10 às 22 horas. Venha conferir!

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