Audiência pública debate desafios e potencialidades do turismo em MS

363

As potencialidades e os desafios do turismo sul-mato-grossense foram os destaques de audiência pública realizada nesta quarta-feira (8) na Casa de Leis. O evento intitulado “Turismo no Estado de Mato Grosso do Sul” foi proposto pelo presidente da Comissão de Turismo, Indústria e Comércio, deputado Capitão Contar (PSL).

“Com essa discussão temos uma agenda positiva na qual identificamos os problemas e na qual buscaremos soluções para alavancarmos o turismo de MS. Nós deputados somos ferramentas legislativas para aproximar esse sonho da realidade”, disse o parlamentar.

Vice-presidente da Comissão, o deputado João Henrique (PR) também compareceu ao evento. “O benefício do turismo é extraordinário. Podemos importar ideias que já são implantadas no mundo todo”, destacou.

Vocação turística – As potencialidades do Estado foram destacadas por todos os oradores. A economista e representante da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecormércio-MS), Daniela Teixeira, falou da importância do turismo para a economia local ao apresentar os números do setor. “Mais de 50 segmentos da economia estão relacionados ao turismo. Se 100 mil turistas fizerem uma refeição no Estado, por exemplo, isso movimenta 32 milhões de reais na economia local”, afirmou.

Desafios – “Nós temos um potencial enorme inexplorado ou pouco explorado”, alegou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-MS), Marcelo Mesquita, ao apresentar os número do turismo mundial e do Estado. Segundo o empresário, o Brasil recebeu em 2018 seis milhões de turistas estrangeiros e destes 85 mil escolheram MS como destino. “Isso não é nada diante de nosso potencial”, alegou. 

Mesquita defendeu a priorização de algumas pautas para que MS consiga atrair mais eventos e turistas. “Temos que discutir a situação da nossa biodiversidade, temos problemas sérios em Bonito e Bodoquena, por exemplo, no que diz respeito às nascentes dos rios da região. Nosso aeroporto é defasado e não atende as necessidades dos visitantes”, elencou. Ele ainda acrescentou à lista de ações para fomentar o turismo a finalização do aquário do pantanal e a reforma do Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo. 

A secretária municipal de Cultura, Melissa de Carvalho, solicitou mais ênfase em atividades culturais. “Há dificuldade de o turismo sobreviver sem o produto cultural. Temos excelentes manifestações culturais e culinárias, devido nossa miscigenação. Tudo isso é produto de turismo. Precisamos colocar em pauta o chamamento à cultura”, pontuou. 

Corredor rodoviário bioceânico – O projeto da rota bioceânica foi colocado como uma importante ferramenta de fomento do turismo de MS. “A rota não é só trânsito de mercadorias, essas mercadorias estão carregadas de cultura. Turismo não se faz só com voo internacional”, avaliou o representante da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, Normann Kalmus. O economista ressaltou a falta de atenção à exploração do potencial da rota. “Estamos de costas para o Pacífico. Estamos muito mais voltados para a região Sul e Sudeste do Brasil por questões de nossa colonização. Desconsideramos o que está nas nossas costas”, afirmou. 

O ex-ministro de Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, destacou a proximidade da cidade de Porto com o Oceano Pacífico. “De Porto Murtinho a Antofagasta, no Chile, são 1.800 quilômetro, cerca de 25 horas de viagem. É preciso valorizar o entorno geográfico e suas potencialidade. O sul-mato-grossense é sul americano”, enfatizou.