Exatos cinco anos após a privatização da BR-163 em Mato Grosso do Sul, a duplicação da via segue a passos lentos. Desde o início da concessão, assinada em 12 de março de 2014, apenas pouco mais de 150 dos 845 quilômetros da rodovia foram duplicados pela CCR MSVia.
Com a morosidade nas obras, o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Prof. João Rocha, deve buscar, nos próximos 10 dias, uma nova agenda junto a concessionária para buscar uma solução para o impasse. Em 2018, somente 11,6 quilômetros passaram por intervenção e já foram liberados para o tráfego.
“Não queremos acabar com a concessão, mas que essa duplicação aconteça o mais rápido possível. O contrato não está sendo cumprido e a empresa segue com a cobrança do pedágio. A duplicação não só facilitaria o escoamento da produção em diversas cidades, mas também preservaria muitas vidas”, alertou.
A Câmara tem buscado, nos últimos dois anos, interlocução com a empresa. Uma audiência pública foi realizada na Casa de Leis com vereadores de diversas cidades que margeiam a BR-163. Eles pediam a retomada dos trabalhos de duplicação ou, pelo menos, a suspensão da cobrança do pedágio caso as obras não fossem retomadas.
As reivindicações foram levadas até o MPF (Ministério Público Federal) com pedido de reavaliação da cobrança do pedágio, já que, à época, as obras estavam paralisadas.
A CCR MSVia tem como obrigação contratual duplicar os 845 quilômetros da BR-163 em 5 anos. Até agora, no entanto, foram duplicados exatos 150,4 km, o que representa 17,7% do total.
“Estamos pagando por um serviço que não estamos recebendo. O pedágio é caro, mas é para ser investido em novos trechos de duplicação. Vidas continuam sendo perdidas e vários acidentes seguem acontecendo. Queremos a duplicação completa da via, pois ela é importante não apenas para a logística do Estado, mas para a segurança dos motoristas. A população não pode ser penalizada”, finalizou João Rocha.
A BR-163 tem 845,4 quilômetros de extensão e cruza todo o Mato Grosso do Sul, desde a divisa com o Paraná, ao Sul, na cidade de Mundo Novo, até a divisa com Mato Grosso, ao Norte, na cidade de Sonora. A rodovia passa por 21 municípios, entre eles a capital, Campo Grande, e serve a mais de 1,3 milhão de habitantes.