A Secretaria Estadual de Saúde lançou nesta quinta-feira (31.01) a Campanha estadual alusiva ao “Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase” e do Projeto “Roda-Hans: Carreta da Saúde – Hanseníase”. O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, destacou que é necessário reforçar as ações de combate Hanseníase. “A carreta da Saúde irá capacitar os servidores dos municípios para ajudar a fazer a detecção precoce”, afirmou.
Para o ano de 2019, Mato Grosso do Sul foi contemplado com o Projeto intitulado “Roda-Hans: Carreta da Saúde – Hanseníase”, da Coordenação Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação/CGHDE em parceria com a Novartis Brasil e a DAHW Brasil. A Carreta atendera 12 municípios: Aquidauana, Anastácio, Nioaque, Miranda, Bodoquena, Dois Irmãos do Buriti, Jardim, Bonito, Guia Lopes da Laguna, Bela Vista, Caracol e Porto Murtinho.
O lançamento da campanha contou com a participação da coordenadora nacional de Hanseníase e doenças em eliminação do Ministério da Saúde, Carmelita Ribeiro Filha. “O Brasil é o segundo País do mundo na detecção da doença. No País ela se concentra no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Em Mato Grosso do Sul, 63 munícios registraram a Doença”, disse.
O chefe de Gabinete do Governador Reinaldo Azambuja, Carlos Alberto Assis, afirmou que a informação é um dos passos para desmistificar a doença e auxiliar no tratamento. “Informação e detecção precoce são as palavras chaves para podermos combater a doença. Quanto mais cedo o diagnóstico mais eficaz o tratamento”, destacou.
A Lei Nº 12.135 instituiu o último domingo de janeiro como o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. A Campanha tem como objetivo alertar a população sobre os sinais e sintomas da doença, enfatizar a importância de examinar as pessoas que convivem ou conviveram de forma contínua e prolongada com os casos diagnosticados, divulgar a oferta de tratamento completo no SUS e promover atividades de educação e comunicação em saúde voltadas ao enfrentamento da discriminação a Hanseníase.
Em Mato Grosso do Sul, o Programa Estadual de Controle da Hanseníase nos últimos anos tem realizado diversas parcerias com os municípios, hospital de referência e Lacen, para desenvolver as ações de controle da doença, dentre elas: treinamentos em serviços dos profissionais da saúde, capacitação na rotina do serviço, treinamento em diagnóstico laboratorial, supervisão em municípios com apoio técnico e logístico, divulgação na mídia, dente outras.
A gerente técnica do Programa Estadual do Controle da Tuberculose e Hanseníase, Geisa Poliane, explicou que o principal sintoma da tuberculose é a tosse persistente, por mais de três semanas, na forma seca ou produtiva – com produção de muco ou catarro. “A tuberculose e uma doença transmitida através de vias aéreas que ataca principalmente os pulmões, mas que também pode ocorrer em outras partes do corpo. É importante estar atento aos sintomas, é o que ajuda a descobrir a doença precocemente”, disse.
Em 2017, Mato Grosso do Sul ocupou o 14º lugar no coeficiente de detecção de hanseníase/100.000 hab. (14,26). Em 1º lugar está Mato Grosso (103,21); em 2º Tocantins (80,57); 3º Maranhão (44,50).
A organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde preconizam que uma área é considerada sob controle quando há o registro de 10 ou menos casos de hanseníase em 100.000 habitantes. Em 2017 Mato Grosso do Sul apresentou taxa de detecção de 14,26/100.000 habitantes, que lhe confere a classificação de risco alto, conforme parâmetros do Ministério da Saúde.
Outro indicador importante é o percentual de grau de incapacidade 2 entre os casos novos, que em 2017 no Mato Grosso do Sul foi de 9,7, enquanto que a nível de Brasil foi de 8,3 – o que pode ser reflexo de diagnóstico tardio e/ou ausência de prevenção de incapacidade. Mato Grosso do Sul atingiu os indicadores operacionais de 72% de cura nos anos da coorte e 88,7% de contatos intradomiciliares examinados entre os registrados.
A Carreta da Saúde é uma unidade itinerante que possui cinco consultórios e um laboratório que oferece atendimento à pacientes com hanseníase desde 2009. Com o objetivo de diagnóstico precoce e tratamento oportuno da doença, fomentando a mobilização da busca ativa de casos novos, manejo clínico em hanseníase, instiga a formação continuada dos profissionais em relação à doença, além de atividades de educação em saúde e comunicação em hanseníase.
O atendimento na Carreta será realizado por profissionais de saúde da rede municipal com apoio de um profissional especialista, com realização de triagem de casos suspeitos, exames para diagnóstico e avaliação neurológica. Os casos novos diagnosticados iniciam o tratamento e são direcionados para acompanhamento nas unidades de saúde do município. Além do atendimento à população, os profissionais de saúde recebem uma capacitação teórica.
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