Moradores de rua podem ter acesso a tratamento

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Foto: André Bittar

Parceria entre comunidades terapêuticas e prefeitura firmam parceria de um ano para levar tratamento a moradores de rua.

A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos, através da Coordenadoria de Proteção à População de Rua e Políticas sobre Drogas, firmou um Termo de Cooperação com comunidades terapêuticas para assegurar o acesso amplo e seguro da pessoa em situação de rua e/ou usuários de substâncias psicoativas aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde, assistência, educação, previdência, moradia, segurança, cultura, trabalho, renda, esporte e lazer bem como o enfrentamento a discriminação visando a reinserção familiar e social.

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O Termo de Cooperação está dentro do Programa de Ação Integrada e Continuada – PNAIC – que vem proporcionando a efetivação das políticas públicas voltadas para a população em situação de rua e desenvolve ações em conjunto com as políticas públicas municipais e sociedade civil organizada.

O recuperado Valgremir Santana Vieira, de 34 anos, que viveu 20 deles na rua, conta que foi através da Comunidade Esquadrão da Vida que resgatou a sua própria vida. Usuário de álcool e cigarro, ele perdeu tudo e agora está se recuperando.

“Cheguei a fazer outros tratamentos, mas recai. Aqui, eu mudei a minha história. Faz quase 9 meses que estou recuperado. Aqui eu consegui fazer meus documentos. Eu não tinha mais nada. Eu estava como um indigente, na rua. Aqui, eu tenho uma família que não tive lá fora e também estou recuperando a minha. Encontrei a minha tia. Ela abriu as portas de novo para mim, me aceitou novamente na casa dela. Eu pude entrar na casa dela, pude dormir, comer, assistir televisão. Coisa que quando eu estava na rua, eu não tinha oportunidade. As pessoas voltam a ter confiança na gente”, conta Valgremir.

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Há 7 meses na mesma entidade, Israel Correia da Silva, de 36 anos, conta que começou a beber e usar drogas e quando viu estava na rua.

“Eu morava com minha prima, trabalhava, mas ai comecei a usar drogas e a beber muito. Ficava com os amigos na rua, não ia ao serviço. Até que chegou uma hora que a minha família não me quis mais. Eu passei a roubar minha própria família e eles me expulsaram de casa. Ai eu aluguei um quarto, mas chegou uma hora que não conseguia mais pagar. Fui pra rua. Fiquei em uma depressão tão forte, que eu quis pular do pontilhão. Nesse dia eu encontrei um amigo e ele me levou para a igreja, me trouxe pra cá e meu propósito é me recuperar”, conta.

A Prefeitura tem parceria com cinco comunidades, que desde novembro recebem R$ 1 mil por acolhido, como ajuda de custo mensal para os serviços prestados. A Comunidade Esquadrão da Vida oferece 50 vagas; a Comunidade Terapêutica Jaboque, 20 vagas; a Comunidade Terapêutica Cadri, 10 vagas, a Comunidade Terapêutica Certa, 10 vagas e a Comunidade Terapêutica Contaps, 10 vagas. O Termo de Cooperação tem validade por 1 ano.

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Presidente do Esquadrão da Vida, Pastor Samir Zayed conta que o trabalho na instituição começou há 18 anos e hoje, além da sede em Campo Grande, há uma unidade em Batayporã.

“Nosso trabalho é voltado para os dependentes químicos e moradores de rua. Atendemos cerca de 100 pessoas. Hoje, temos essa parceria e ela é de extrema importância, pois é muito difícil mantermos uma obra deste tamanho. São 5 refeições diárias e eles moram aqui. São 100 pessoas morando dentro da comunidade terapêutica. As despesas são muito altas, além dos salários da equipe terapêutica”, conta.

A coordenadora de Proteção à População de Rua e Políticas sobre Drogas, Bárbara Cristina Rodrigues, explica que o projeto segue a normativa nacional, baseado na política nacional de inclusão para pessoa em situação de rua.

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“Dentro desse projeto nós englobamos as comunidades terapêuticas. Cinco delas fazem parte do PAIC, dentro do Comitê POP-Rua, que foi empossado em 2017. A pessoa em situação de rua, em sua maioria, tem o problema da drogadição, que gera um problema social, um problema de segurança, de saúde e um problema também de assistência. Fizemos a junção intersetorial e o PAIC nasceu, e dentro dele este Termo de Cooperação, que é um recurso subsidiado pela Prefeitura de Campo Grande, onde as cincos comunidades recebem para as vagas sociais. São 100 vagas disponibilizadas”.

Para finalizar, o subsecretário de Defesa dos Direitos Humanos, Wellington Kester, pontua que um dos pontos mais importantes do trabalho á a qualificação e capacitação dos acolhidos.

“Por meio das parcerias com a Funsat, Semu e Sistema S, cerca de 100 acolhidos já foram qualificados para o mercado de trabalho e completaram o estudo do ensino fundamental, através de uma parceria com a Semed”, diz.

1 COMENTÁRIO

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