Como parte das ações de modernização do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul, estão sendo ativados aparelhos de scanners corporais para as inspeções em pessoas que adentram nos presídios do Estado. Os novos aparelhos contam com tecnologia de ponta e representam um grande avanço para a segurança das unidades prisionais, possibilitando inspeção mais eficaz e sem constrangimentos para quem passa pela revista e também para quem realiza.
Inicialmente, foram adquiridos cinco scanners corporais, com investimento de R$ 1.919.000,00 que irão atender unidades prisionais de Campo Grande, Coxim, Dois Irmãos do Buriti e Paranaíba. Outros dez equipamentos estão em fase final de licitação, com previsão de serem disponibilizados ainda neste primeiro trimestre. Os recursos são oriundos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) e a aplicação atende às diretrizes do estabelecidas pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Os detalhes de funcionamento da nova tecnologia para início da utilização nas penitenciárias foram apresentados nesta sexta-feira (18.01) ao secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, e ao diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Aud de Oliveira Chaves. Também participaram diretores de estabelecimentos prisionais e o presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária (Sinsap), André Luiz Santiago.
Durante a visita técnica, o secretário da Sejusp destacou que a tecnologia, aliada ao empenho dos servidores, possibilitará um trabalho ainda mais eficaz. “Ambos precisam estar sempre integrados”, afirmou, agradecendo por mais esse avanço na segurança pública.
De acordo com o secretário, Mato Grosso do Sul é referência nacional em resolução de crimes, bem como é considerado um dos estados mais seguros para se viver, uma conquista que, em sua opinião, só é possível devido ao trabalho integrado entre as polícias e a Agepen. “Cada vez mais precisamos evoluir, nos capacitar e trocar experiências, copiar o que dá certo e evitar o que não dá, e aqui em MS estamos conseguindo manter o sistema prisional sob controle e possibilitando avanços”, elogiou.
Por meio de demonstração, o representante da empresa VMI Security Systems, fornecedora do equipamento, André Luís da Silva Henrique, enfatizou que os aparelhos contam com sistema dual view, ou seja, fazem duas imagens, sendo uma de corpo inteiro e outra específica para a área do abdome, garantindo maior eficácia à visualização, além da agilidade nos procedimentos de inspeção.
“Faz imagens completas do corpo em sete segundos, principalmente na região abdominal e partes íntimas, o que vai prevenir ainda mais o combate à entrada de ilícitos nas unidades penais”, ressaltou.
Outra vantagem, conforme o especialista, é que podem ser interligados com outros sistemas da Agepen e da segurança pública para compartilhamento de informações.
Silva explicou ainda que o equipamento já vem programado com as dosagens de radiação, não implicando em riscos à saúde de quem opera ou recebe inspeção. Agentes penitenciários já estão sendo treinados para utilizarem a tecnologia.
Marco Histórico
O diretor-presidente da Agepen ressaltou que os novos aparelhos de inspeção representam um marco histórico para o sistema prisional e demonstra o empenho do Governo do Estado em possibilitar essa evolução. “A aquisição se deu com recursos federais, mas é resultado de todo um esforço e tratativas por parte do governo, assim como dos profissionais da Agepen na elaboração de projetos, para que esses investimentos sejam aplicados”, frisou.
O dirigente esclareceu que as cinco primeiras unidades estão sendo atendidas em conformidade com o processo licitatório dos projetos apresentados ao Depen, e a distribuição obedece ao que estava estabelecido na proposta cuja licitação foi concluída. “Tínhamos dois processos licitatórios em andamento: um de aquisição e outro de locação, sendo necessário nesses processos a previsão de quais estabelecimentos penais seriam contemplados por cada um deles. Com a conclusão da outra licitação, que já está na fase final, será possível equipar todos os maiores presídios do Estado”, declarou, pontuando que outras negociações também estão em andamento para que todas as unidades sejam contempladas.
Segundo Aud, os scanners corporais ampliam as tecnologias já disponíveis para as vistorias nas unidades penais estaduais. “Vários outros equipamentos já foram ou ainda serão distribuídos às unidades prisionais do Estado, como rádios transmissores; scanners em esteira [para vistoriar sacolas e objetos]; armas; escudos; entre outros”, informa.
Conforme Aud, além da estruturação tecnológica, mais de R$ 31 milhões do Funpen serão investidos na construção, reformas e ampliações de unidades penais de regime fechado.
Para o presidente do Sinsap, André Luiz Santiago, a instalação desses equipamentos de inspeção corporal nas unidades prisionais atende os anseios da categoria, uma vez que, além de auxiliar, melhora significativamente o trabalho desenvolvido pelos agentes penitenciários.
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