Geração de energia a partir de biomassa avança 58% em MS

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Reconhecido pelo potencial do agronegócio, Mato Grosso do Sul vem ganhando destaque nacional em outro bom negócio vindo do campo: a geração de energia a partir de biomassa. Nos últimos cinco anos, a produção de bioenergia avançou 58% e o Estado alcançou a segunda posição no ranking nacional entre os maiores geradores desse tipo de energia, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Em 2014, a produção das usinas movidas à biomassa em Mato Grosso do Sul foi de 285,5 MW médios. De acordo com levantamento da CCEE, a geração de energia nessa modalidade subiu gradativamente nos anos seguintes e fechou o primeiro semestre deste ano com 451,2 MW médios (crescimento de 58% em comparação com 2014). O número deve crescer ainda mais até o fechamento de 2018 devido à safra de cana-de-açúcar, principal combustível utilizado na geração da biomassa em todo o País.

Além de ser o segundo maior produtor, o Estado também ocupa a segunda posição em termos de capacidade instalada de bioenergia, com 1.904,8 MW médios até o último balanço da CCEE, do mês de junho.

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), são 29 usinas termelétricas em Mato Grosso do Sul gerando energia a partir da biomassa. Em capacidade instalada, as maiores são as unidades da Fibria e Eldorado, indústrias de celulose, que geram energia a partir da biomassa dos resíduos da produção.

Vocação estadual

A diretora do Instituto Senai de Inovação em Biomassa, Carolina Andrade, acredita que a geração de bioenergia é “uma vocação do Estado por ser um grande produtor de biomassa, com grandes usinas de açúcar e álcool, além das indústrias de celulose”. Ela avalia que o aumento dessa atividade é uma tendência e reflete o crescimento da atividade econômica estadual. “Não só o crescimento industrial, mas também agropecuário”, frisa.

Em janeiro deste ano, o Governo do Estado concedeu Licença Prévia autorizando estudos para implantar a usina termelétrica Onça Pintada, no município de Selvíria. A unidade deve entrar em operação em 2021 e gerar energia a partir da biomassa de eucalipto.

No ano passado, o jornal Valor Econômico divulgou estudo da Consultoria AFranco Partners mostrando Mato Grosso do Sul em segundo lugar no ranking nacional que avalia as práticas e a agilidade na liberação de licenciamento ambiental para empreendimentos empresariais no País.

Arte: www.novasdicas.com.br

Ainda como parte dos incentivos para o setor, em 2016 o governador Reinaldo Azambuja sancionou duas leis para estimular o uso e a produção de energia renovável. “Nossa visão estratégica é transformar Mato Grosso do Sul em um polo de geração de energia limpa e renovável”, declarou na ocasião secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.

Energia renovável

A bioenergia é a denominação para a energia obtida por meio da biomassa. São considerados biomassa diversos tipos de produtos como o bagaço da cana-de-açúcar, biogás, capim elefante, carvão vegetal, casca de arroz, licor negro, resíduos florestais, entre outros.

“É uma energia renovável, é uma tendência para o futuro e já existe várias cadeias produtivas migrando para o uso de bioenergia. Em termos de impacto ambiental, é a melhor opção”, ressalta Carolina Andrade.

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