Fim de semana de estreias nas telas brasileiras, segue sinopses dos mais variados filmes para curti:
“Um pequeno favor”
Stephanie (Anna Kendrick) é uma blogueira sem muitos seguidores. Na verdade, sem muita gente por perto em sua vida. Mas isso pouco importa, pois seu público-alvo é ela mesma. Tornar-se amiga de Emily (Blake Lively), a mãe sofisticada de um coleguinha de escola de seu filho, é uma experiência libertadora para as duas.
Elas trocam confidências entre um Martini e outro, mas tudo muda quando a nova colega desaparece. Stephanie começa sua própria investigação, mas isso também não a impede de envolver-se com o marido da amiga (Henry Golding), quando o caso toma novos rumos.
Dirigido por Paul Feig, o filme é uma espécie de neo-noir em tons pastel, com pendência para a comédia, que funciona bem graças às presenças de Kendrick e Lively, atrizes capazes de tirar profundidade de personagens originalmente não muito complexas – especialmente a primeira. Não há dúvida de que o filme é delas, e não poderia estar em mãos melhores.
“10 segundos para vencer”
Duplamente premiado no Festival de Gramado nas categorias ator (Osmar Prado) e ator coadjuvante (Ricardo Gelli), o drama de José Alvarenga Jr. cumpre bem a tarefa de compor uma cinebiografia envolvente em torno do boxeador Éder Jofre (interpretado desde a adolescência por um sempre atlético Daniel de Oliveira).
Na humilde casa da família Jofre, no bairro do Peruche, São Paulo, tudo gira em torno do boxe, com o pai, Kid (Osmar Prado), um ex-lutador argentino comandando a pequena academia que lhe dá sustento, e o tio, Zumbano (Ricardo Gelli), ainda lutando.
Quando a carreira de Zumbano é abortada, Kid pensa no filho, que mostra talento no ringue. Mas Éder pensa em outras coisas – adora desenhar e sonha com a arquitetura. A doença repentina do irmão mais novo, Doga (Ravel Andrade), conduz a uma reviravolta que, anos depois, permitirá ao lutador chegar ao bicampeonato mundial, em 1966 e 1973.
“Uma noite de 12 anos”
Terceiro longa do diretor uruguaio Álvaro Brechner, o drama reproduz, com realismo intenso, o calvário de três líderes Tupamaros – entre eles, o ex-presidente José Mujica – num extenso período de prisão em solitária, durante a ditadura civil-militar no Uruguai, entre 1973 e 1985.
Os guerrilheiros, já vencidos e aprisionados, são submetidos a um longo e truculento processo de desumanização. A filosofia por trás de seus algozes era: “Já que não podemos matá-los, vamos enlouquecê-los”.
O ano é 1973 quando Pepe Mujica (Antonio de la Torre), Ruso (Chino Darín) e Ñato (Alfonso Tort) são arrancados de suas celas, algemados, têm suas cabeças cobertas por capuzes, encharcados em gasolina e vão sendo espancados pelo caminho. Após alguns dias, tiram-lhes o capuz e as algemas, mas eles estão isolados, acorrentados e proibidos de falar. Além disso, passam fome e não têm acesso a meios de higiene. Constantemente transferidos, suas famílias não conseguem localizá-los por muito tempo.
“Coração de cowboy”
É inegável que “Coração de Cowboy” é um filme que conhece seu público e lhe oferece exatamente o que espera. Neste sentido, o longa de estreia do diretor Gui Pereira é bastante honesto e sincero: seu tema é a música sertaneja, não as derivações contemporâneas, mas a de raiz.
Lucca (o carismático Gabriel Sater) é um músico de sucesso, mas cujas próprias músicas não lhe agradam. Sua vida saiu de seu controle, não é mais um cantor sertanejo, é um pop star. Uma série de incidentes o levam de volta à sua terra natal, onde, entre uma nova música de raiz e outra, tentará acertar as contas com o pai (Jackson Antunes) e encontrar um novo amor (Thaila Ayla).
O dilema de Lucca está entre ceder às demandas e tentações do mercado, cantando músicas pegajosas, ou ser fiel à sua paixão. Não é nada que o cinema não tenha abordado, mas Pereira o faz com tanta sinceridade, e Sater, com tanta paixão, que o filme justifica sua existência.
“Crimes em happytime”
Em algum lugar entre a concepção e finalização talvez houvesse uma boa ideia de filme em “Crimes em Happytime”. Se houve, perdeu-se completamente. O resultado é uma tentativa de comédia protagonizada por humanos e marionetes que sofrem preconceito por serem de pano, dirigida por Brian Henson, filho do criador de Vila Sésamo e Muppets.
Com um tom noir, o filme é protagonizado por Phil Philips (dublado e manipulado por Bill Barretta), um boneco azul, expulso da polícia de Los Angeles depois de um erro. Agora, para solucionar uma série de assassinatos precisa unir-se com sua antiga parceira, Connie (Melissa McCarthy).
Há momentos desnecessários – como uma cena de sexo entre dois bonecos – que parecem ter feito a alegria da equipe de produção, conforme se vê no making of nos créditos finais. Ao público, (re)ver o último filme protagonizado pelos Muppets (de 2011) certamente resulta em mais diversão.
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