Mais de 165 mil pessoas em Mato Grosso do Sul estão cadastradas como doadoras de medula óssea, de acordo com dados do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).
Mato Grosso do Sul concentra o segundo maior número de doadores do Centro-Oeste ficando atrás apenas de Goiás. O Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, que neste ano será celebrado amanhã (15.9), tem como o objetivo principal promover informações e ações sobre a doação.
A medula óssea é um tecido liquido-gelatinoso que ocupa as cavidades dos ossos. E é exatamente na medula óssea que são produzidos os componentes do nosso sangue como, leucócitos (glóbulos brancos), as hemácias (glóbulos vermelhos) e as plaquetas.
O transplante da medula é indicado para pacientes com doenças como leucemias (originárias das células da medula óssea), linfomas, doenças do sistema imunológico, anemias graves (adquiridas ou congênitas), doenças dos gânglios e do baço, além de outras doenças menos comuns como doença do metabolismo, doenças autoimunes e vários tipos de tumor.
Para ser cadastrado como um doador é preciso obedecer alguns critérios :
- Ter entre 18 e 55 anos de idade;
- Estar em bom estado geral de saúde;
- Não ter doença infecciosa ou incapacitante;
- Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico;
- Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.
Os Hemocentros são responsáveis por realizar o cadastro dos voluntários. Agende uma consulta de esclarecimento e seja um doador:
- O voluntário à doação irá assinar um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), e preencher uma ficha com informações pessoais. Será retirada uma pequena quantidade de sangue (10 ml) do candidato a doador. É necessário apresentar o documento de identidade;
- O sangue será analisado por exame de histocompatibilidade (HLA), um teste de laboratório para identificar suas características genéticas que vão ser cruzadas com os dados de pacientes que necessitam de transplantes para determinar a compatibilidade;
- Os seus dados pessoais e o tipo de HLA serão incluídos no Redome;
- Quando houver um paciente com possível compatibilidade, você será consultado para decidir quanto à doação. Por este motivo é necessário manter os dados sempre atualizados;
- Para seguir com o processo de doação serão necessários outros exames para confirmar a compatibilidade e uma avaliação clínica de saúde;
- Somente após todas estas etapas concluídas o doador poderá ser considerado apto e realizar a doação.
Como é feita a doação:
- A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas;
- A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções;
- O procedimento leva em torno de 90 minutos;
- A medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias;
- Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples;
- Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana após a doação.
Há outro método de doação chamado coleta por aférese. Neste caso, o doador faz uso de uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco (células mais importantes para o transplante de medula óssea) circulantes no seu sangue.
Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.
A decisão sobre o método de doação mais adequado é exclusiva dos médicos assistentes, tanto do paciente quanto do doador, e será avaliada em cada caso.
Para mais informações, acesse o site do Redome ou entre contato com o Hemocentro de Mato Grosso do Sul.
Redome
O Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), criado em 1993, em São Paulo, é o terceiro maior banco de dados do mundo, com mais de 4 milhões de doadores cadastrados, ficando atrás somente dos bancos de registro americano (7,9 milhões) e alemão (6,2 milhões).
Anualmente são incluídos mais de 300 mil novos doadores no cadastro do Redome no Brasil.
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