Espetáculo “Fulaninho” vai até Domingo no Teatro Municipal Dourados

711
Foto: Marcos Marin

Com direção de Daniel Colin, também diretor do Teatro Sarcáustico de Porto Alegre, e atuação de Markus Chaves num processo de criação em Dourados, “Fulaninho” é um monólogo musical tragicômico projetado por Chaves em diálogo com sua trajetória artística que está completando 25 anos em 2018.

A peça mostra Fulaninho que é um sujeito extremamente peculiar, mas ao mesmo tempo muito parecido com qualquer um de nós. Avesso a interações sociais com outros sujeitos, Fulaninho é um maestro, um cantor, um músico multi-instrumentista que se vê forçado a apresentar suas novas canções a um público ávido por sua presença, em uma performance autointitulada como um “show-teatro”, ou melhor, um “shoatro de um conjunto musical de um homem só”.
Através de algumas situações em que se coloca sempre em conflito consigo mesmo, Fulaninho vai desvelando uma realidade tragicômica muito comum na contemporaneidade, o receio de encarar o mundo “lá fora” e lidar com as pessoas. O espetáculo solo alterna músicas cantadas ao vivo com cenas de humor, tudo devidamente amparado por aparatos tecnológicos que por vezes multiplicam Fulaninho em cena, criando seu porto seguro na ilusão.

“Os ensaios iniciaram em 2017. Em março deste ano, o processo foi intensificado com a presença do diretor Daniel Colin que veio de Porto Alegre. A sua contribuição foi fundamental. Ele procurou trabalhar os materiais e músicas que eu trazia ou improvisava para juntar em narrativas cênicas. O Daniel é um diretor com um olhar aberto no processo de criação”, ressalta Markus.

Com todo este direcionamento criativo, Markus revisitou composições e versões próprias elaboradas para trilhas sonoras teatrais de seus outros trabalhos, resgatando atuações e também inspirações. Essa pesquisa se potencializou com músicas que são a alma de “Fulaninho”: a música de mesmo nome (“Fulaninho”) dos Cow Bees (banda alternativa gaúcha composta por Cláu Paranhos e Beto Chedid); “Advertência” de Nico Nicolaiewsky e “Do Amor só Carrego os Sonhos” de Markus Chaves elaborada para a Cia. Avatz de Dourados em 2013.

De um lado Cow Bees e Nico Nicolai-ewsky puxam as referências gaúchas de Chaves, Cow Bees com seu maravilhoso álbum “Astros Imaginários”, e Nico sendo Nico um dos grandes artistas musicais-teatrais que marcaram nosso Brasil, não apenas por sua performance em “Tangos e Tragédias”, mas também por suas composições que são um presente eterno para todos nós. De outro lado, as experiências de Chaves em solo sul-mato-grossense resgatam, para a peça, parte da trilha feita para o espetáculo “Nada a Declarar a Não Ser Que Chove” da Cia. Avatz.

Todas essas interações acrescidas de novas experimentações, sobretudo com música e tecnologia abrindo a um repertório diversificado, resultam num (como diria o personagem Fulaninho) “shoatro”, um show-teatro de um conjunto musical de um homem só. A tragicomédia está posta quando se percebe que Fulaninho é um músico que não tem muitas habilidades para as relações sociais. É como diz outra música dos Cow Bees que também está presente na obra, a canção “Ou não?” que pode retratar o personagem: “Quero fugir, ir embora dessa vida senil, vou acordar de pijama, sair pelo sol e voltar pra cama”.

Serviço

“Fulaninho” é recomendado para maiores de 10 anos. Os ingressos estarão à venda uma hora antes do espetáculo na bilheteria do Teatro Municipal por R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia entrada). Outras informações pelos telefones (67) 98183-1230 e 98115-4910.

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

9 − oito =