Construído no canteiro central da esquina da Avenida Afonso Pena com a Calógeras, a réplica do antigo relógio da Rua 14 de Julho foi reinaugurado nesta segunda-feira (27). O monumento foi todo revitalizado pela Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur) e da Secretaria Municipal de Insfraestrutura e Serviços Públicos.
Um dos cartões postais da cidade. O antigo relógio foi inaugurado em 1933, sendo considerado um monumento símbolo de progresso, ponto de referência de encontros políticos, desfiles cívicos, passeatas, manifestações culturais e de outros gêneros e “footing”.
Contudo, foi demolido em 1970 pela administração pública municipal devido ao aumento no fluxo de veículos no trânsito na área central. De acordo com o Jornal da Cidade (2000): “no dia 07 de agosto de 1970, o relógio foi demolido em favor do progresso”.
Mas como progredir sem olhar para a história? Pensando nesse resgate, o relógio foi reconstruído por iniciativa do Rotary Club de Campo Grande e viabilizado através do Projeto de Lei n. 4760, de 06 de agosto de 1998. Em 2000 foi construída uma cópia idêntica à original, em alvenaria e com cinco metros de altura; porém o mecanismo de funcionamento do relógio não teve a mesma estrutura da época.
Hoje o relógio volta a brilhar. O prefeito Marquinhos Trad lembra que muitas histórias se passaram por ali, e conta uma especial, de sua família.
“É a devolução da história da nossa cidade. Como dizia Monteiro Lobato, um país é feito por homens, por livro e pela sua história. O Relógio na 14 de Julho tem muitas histórias. Tem uma história que meu pai me contava, que minha avó Margarida colocou a tia Norma do lado, pegou um carro escondido para dirigir e bateu nesse relógio. E a gente sempre ouviu falar do relógio, por causa dessa colisão. Agora, o Dr. Renato vai ficar gravado no centro de Campo Grande, no coração da nossa cidade”, diz o prefeito.
O Relógio passa a ser chamado doutor Renato Barbosa de Rezende, após o projeto de lei dos vereadores João César Mattogrosso (PSDB), Otávio Trad (PTB), Prof. João Rocha (PSDB) e William Maksoud (PMN) ser aprovado pela Câmara Municipal de Campo Grande.
O médico recebe o destaque por ter relevância no progresso e desenvolvimento da Capital. Renato tem legado com base em sua atuação na área da saúde e também por ter presidido a comissão que reconstruiu o Relógio nas comemorações do centenário da cidade.
Maira Rezende, viúva do dr. Renato fala da emoção de receber a homenagem.
“Estou muito feliz, porque ele lutou muito pela volta deste relógio, não por saudosismo, mas por ele relembrar o pioneirismo, os homens que fizeram história”, afirma.
Hélio Mandetta, ex-governador do Rotary Club, integrante da comissão que reconstruiu o Relógio e amigo de Renato também se lembra com emoção daqueles momentos.
“Ele vinha ao relógio quase todos os dias depois que foi reconstruído. Temos um livreto que ele elaborou com todo o passo a passo da construção do relógio aqui neste ponto”, revela.
Além da nova pintura na alvenaria, da revitalização da estrutura do relógio e de toda a parte elétrica, feita pela Sisep, quem visitar o monumento terá acesso a diversas informações por meio do QrCode, que levará o internauta para uma página na internet.
Secretária Municipal de Cultura e Turismo, Nilde Brun finaliza dizendo que o relógio é um símbolo importante na história de Campo Grande, especialmente para o centro de nossa cidade.
“A gestão atual devolve o relógio reformado e em funcionamento. Atende o pedido da sociedade e em especial do Rotary Club, que construiu e entregou à cidade o relógio. Ele recebeu o nome do doutor Renato Barbosa de Rezende, e faz uma justa homenagem à uma pessoa que lutou muito para preservá-lo”, finaliza.
O relógio
O monumento feito em alvenaria, de cinco metros de altura foi pintado e teve a parte mecânica trocada. O objetivo foi reconstruir um símbolo de significados diversos, além de homenagear o centenário de Campo Grande e comemorar os 60 anos do Rotary Club de Campo Grande.
Frase que consta no pé do relógio: “De Volta aos Bons Tempos – Resgatar a história é preservar a realidade do homem. Com o relógio, retornam as memórias de uma época notável, testemunhas imparciais que iluminam as verdades e mudanças da vida”. 16 de junho de 2000.
Valor Artístico: o monumento tem valor artístico, pois possuí características estilísticas de um período, o ArtDéco, e destaca-se quando comparado a outros exemplares no Estado, como é o caso do Relógio de Três Lagoas, ainda conservado, e o de Corumbá, já demolido.