Apresentações gratuitas “Na Pisada do Coco” vão até quarta feira

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Até o dia 15 de agosto é possível conhecer de graça um pouco da cultura do nordeste em forma de música e dança. O Sonora Brasil traz a Campo Grande quatro grupos nordestinos que se apresentam “Na Pisada do Coco” no Sesc Cultura.
O projeto teve início ontem com a apresentação do grupo cearense Coco de Iguape, da Praia de Iguape em Aquiraz. Com os pés descalços e com roupas feitas artesanalmente a partir dos mesmos tecidos que fazem as jangadas que vão para o mar, o grupo dançou, cantou e agitou o público.
Hoje 13/08 ,é dia do Coco de Zambê de Tibal do Sul, no Rio Grande do Norte, que tem como característica ser formado exclusivamente por homens. Geralmente o Coco é tocado por dois tambores. Zambê é nome o nome de um deles. O outro é o Chama, ambos feitos de árvores da região.
Amanhã 14/08, quem se apresenta é o Samba de Parreira da Mussuca de Sergipe, liderados por uma mulher, a mestra dona Nadir, o que é bem raro por aquelas bandas. Mussuca é um povoado que fica a 30Km de Aracaju, uma comunidade remanescente de quilombolas que se empenham em manter as tradições herdadas de seus antepassados. Ele é dançado apenas por mulheres, contando com a presença de homens como tocadores que sustentam o ritmo com dois tambores médio-graves e uma porca (cuíca). Completa a instrumentação um ganzá, tocado por uma das mulheres, e, o principal elemento rítmico, a pisada dos tamancos das dançadeiras.
Fechando a programação na quarta feira dia 15, quem se apresenta vindo de Pernambuco é o Coco de Tebei. Na memória do povoado a dança do coco está associada à construção de casas de taipa, quando as famílias se reuniam em adjutório para “taipar” uma nova casa. É cantado por mulheres e dançado por casais. Não utiliza instrumentos e a base rítmica é marcada pela pisada dos dançadores. A sonoridade que resulta do canto, somada ao ritmo da pisada, nos remete, de certa maneira, a uma ritualística indígena, que se caracteriza pelo contraste de timbre entre o metal das vozes femininas e o som seco da pisada no chão, e pela ausência de nuances em cada um dos elementos. Também faz parte da memória do grupo a cantoria do rojão, associada ao uso da enxada na preparação da terra para o plantio.
Sonora Brasil – é um projeto temático desenvolvido pelo Sesc com o objetivo fazer circular programações identificadas com o desenvolvimento histórico da música no Brasil possibilitando o contato com a diversidade da música brasileira.

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