O inverno seco, quente e a umidade relatividade do ar abaixo do recomendado formam o cenário ideal para aumentar não apenas os riscos de problemas respiratórios nas pessoas como a incidência de queimadas ou incêndios seja no campo ou na cidade.
Em alguns municípios do Mato Grosso do Sul já faz tanto tempo que não chove que é bem provável que muitas pessoas já nem se lembrem da última vez em que isso ocorreu. Só a Capital já contabiliza 51 dias de estiagem, enquanto cidades como Cassilândia e Paranaíba lideram esse ranking de secura com 75 dias sem ver uma gota de água caindo do céu, conforme dados do Centro de Monitoramento do Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos (Cemtec).
E embora, na manhã desta sexta-feira (3.8), tenha sido anunciada a previsão de céu parcialmente nublado em grande parte do Estado, com possibilidade de chuva nas regiões Sul e Sudeste. É bom destacar que tais fatores não aliviam os riscos de queimadas e nem o alerta para se tomar medidas que evitem o uso do fogo na limpeza de áreas de áreas de cultivo.
Por conta desses fatores é que a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) alerta os agricultores e pecuaristas para evitarem a prática de queimadas na limpeza do solo seja para preparo de plantio ou formação de pasto. Ao invés disso, adotarem outras medidas de manejo que são mais eficazes tanto nas atividades no campo como para o meio ambiente e a saúde da população.
“Hoje existem sistemas de produção sustentáveis, que não necessitam do fogo para limpeza ou manutenção. Entre essas tecnologias, podemos destacar os sistemas agroflorestais, o sistema de plantio direto, a trituração da capoeira e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)”, destaca a engenheira agrônoma da Agraer, Izabel Cristina Pereira.
De acordo com dados do PrevFogo do Ibama, dos 106 Projetos de Assentamentos (PA’s) existentes no banco de dados da instituição, 37 apresentaram registros de focos de calor. O PA com mais focos de calor registrados neste ano é o PA Monjolinho, no município de Anastácio.
Agosto a outubro são os meses mais críticos para incêndios florestais em Mato Grosso do Sul, por isso, a orientação é não jogar lixos em áreas de pasto, lavoura ou de reservas florestais, além de lançar mão dos aceiros. “É uma medida bem útil. Trata-se de uma área livre, mínimo de três metros de terra batida ao longo de cercas, divisas ou divisórias de estradas rodoviárias, a fim de prevenir a passagem do fogo para área de vegetação”, explica a engenheira agrônoma.
O fogo utilizado em queimadas para “preparar” o solo, ao contrário, o prejudica e muito, visto que elimina nutrientes fundamentais a qualquer cultura vegetativa, como o potássio e fósforo, mata microrganismos que auxiliam no desenvolvimento das plantas, reduz a umidade da terra e facilita o processo de degradação do solo. Isso sem mencionar problemas de poluição do ar e até mesmo de nascentes, águas subterrâneas e rios por meio das cinzas.
As queimadas não apenas geram problemas ambientais como também são passíveis de penalização. “A lei de crimes ambientais n.º 9.605 de 1998 prevê em seu art. 41 pena de reclusão, de dois a quatro anos, e multa. A multa é regulamentada pelo decreto nº 6.514 de 2008, onde em seu art. 58 varia de R$ 1.000,00 a R$ 1.500,00 por hectare” esclarece o analista ambiental do PrevFogo/Ibama, Alexandre de Matos.
“Dependendo da dimensão do incêndio, caso cause poluição em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da biodiversidade, a multa pode chegar a R$ 50 mil”, ressalta o analista.
Também há uma resolução conjunta entre o Ibama e o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), que suspende qualquer tipo de uso do fogo, através das queimas controladas, a partir de 1º de agosto, se estendendo até 30 de setembro no Planalto e até 31 de outubro no bioma do Pantanal. “Ou seja, nenhuma autorização de uso do fogo nesses períodos é permitida”, alerta Alexandre.
O município de Corumbá é sempre o município que mais registra focos de calor no Estado. “Isso devido a sua extensão territorial e por ter grandes áreas de pasto, possibilitando a ocorrência de incêndios”, avalia Alexandre.
Conforme dados atualizados do PrevFogo, a distribuição de focos de calor segue até “equilibrada”, digamos assim. Corumbá está com 126 focos (13,4% do total), Aquidauana 64 (6,1%), Rio Verde de Mato Grosso 48 (5,1%), Porto Murtinho 43 (4,6%), Ribas do Rio Pardo 34 (3,6%) e Três Lagoas 29 [3,1%]”.
Entretanto, se comparando aos registros de focos de calor deste ano com o mesmo período do ano passado, estamos com uma redução que já chega a 48%. Mas, como ainda não entramos nos ditos “meses mais críticos do ano” a recomendação é não facilitar e evitar as queimadas.
Por fim, a engenheira agrônoma Izabel Cristina evidência mais algumas providências simples que podem ajudar na prevenção de acidentes que acarretam grandes queimadas e incêndios. “Nunca fumar nos pastos e nas lavouras ou jogar lixo ao longo das rodovias. Não realizar queimadas em pastos ou lavouras, mesmo que, aparentemente, seja algo totalmente controlável. E, quando uma determinada área apresentar a vegetação muito seca, se possível, deve-se “regar” ou molhá-la, não totalmente, mas em pontos estratégicos, visando prevenir ou ajudar a conter um possível incêndio”.
As queimadas não se restringem aos problemas ambientais, pois tal prática prejudica a saúde e a economia local por influir em atraso de voos, acidentes nas rodovias, etc. Caso você veja uma queimada ou avistar fumaça suspeita ligue para os Bombeiros no número 193.
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