Bonito sediará o 55º Congresso Brasileiro de Olericultura

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Nem bem terminou a efervescência cultural em Bonito, após o Festival de Inverno e a cidade, conhecida internacionalmente pelo seu potencial de ecoturismo, já promete iniciar este mês com uma agenda agitada. É que de 6 a 10 de agosto acontece o 55º Congresso Brasileiro de Olericultura (CBO), em paralelo, também será promovido o Encontro Latino-Americano de Horticultura.

Durante cinco dias o Centro de Convenções de Bonito, a 298 Km da Capital, será o endereço dos congressistas da área de Olericultura. Nesta edição o evento terá como eixo de discussão “Produção Sustentável, Qualidade de Vida e Estímulo ao Consumo”.

Paralelo ao Congresso ocorre o Encontro Latino-Americano de Horticultura em Bonito. “No ano passado, estive em Lisboa para participar do Congresso Luso-Brasileiro de Olericultura e, em 2019, será a vez de o Brasil sediá-lo. Então, agora, este congresso servirá de espaço de debates já pensando no próximo ano”, informa a presidente da Associação Brasileira de Horticultura (ABH), Tiyoko Nair Hojo Rebouças.

Sustentabilidade

O objetivo do Congresso é criar um espaço propício de debates sobre a produção de vegetais (verduras, legumes, frutas, etc) com consciência ecológica, ou seja, que garanta respeito ao meio ambiente ao mesmo tempo em que traga geração de renda na propriedade rural e a segurança alimentar dos consumidores.

Promovido a cada dois anos, o último congresso foi realizado, em 2016, na capital pernambucana, Recife, região Nordeste do País. Agora, chegou a vez do Centro-Oeste sediar o evento. “O estado de Mato Grosso do Sul foi nomeado para esta edição de 2018 pela localização estratégica e o alto potencial produtivo em olericultura. Sabemos da relevância do evento e acreditamos que esta ação vai movimentar positivamente a cidade de Bonito. É um município de grande potencial turístico e gastronômico e, por isso, também, tem grande apelo na produção sustentável em seu entorno, inclusive, cidades vizinhas”, diz a presidente da ABH.

Durante o congresso técnico-científico serão abordadas diferentes linhas temáticas, tais como: hortaliças orgânicas, plantas medicinais, cultivo protegido (estufas), produção de hortaliças no cerrado, demandas e tendências do mercado consumidor no Brasil, sustentabilidade na olericultura, riqueza e potencial de usos de olerícolas nativas na Mata Atlântica, desafio e oportunidades na olericultura para a agricultura familiar, cultura da batata-doce, alho, tomate e cebola, compras públicas da agricultura familiar, uso eficiente da água na olericultura, manejo agroecológico do solo.

Internacional

Na quinta-feira, 9 de agosto, por exemplo, a programação contará com palestras voltadas a experiências de quatros países da América do Sul (Colômbia, Peru, Chile e Paraguai). A primeira será das 9h às 10h30 pela Universidade del Tolima, Colômbia, o engenheiro agrônomo Armando Emilio Rey Torres – especialista em fruticultura tropical, e em agricultura protegida, mestre em ciências biológicas, irá ministrar a palestra “Evolução Técnica da Floricultura da Colômbia”.

Armando já trabalhou com flores de exportação na savana de Bogotá, e atua como professor de engenharia agronômica na Universidade de Tolima, orientando os temas de floricultura, horticultura, fruticultura e propagação de plantas. E ainda é produtor de frutas para exportação como a gulupa, fruta que tem parentesco com o maracujá, e abacate hass – cultivar de abacate cuja casca é de cor verde escura.

Em seguida, das 10h30 às 11h30, será a vez da palestra “Expansão e Consolidação da Fruticultura no Chile: O Maior Exportador da América”, tema abordado pela doutora em Agronomia, Tatiane Cantuarias Avilés, da Esalq/USP – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo.

Já na parte da tarde, das 13h30 às 14h30, pelo Instituto de Inovação Agrária (Inia) do Peru, a doutora Flor Rodriguez irá abordar a questão da produção de batata nos andes (diversidade, tradição cultural e importância econômica).

Sabe-se que ao longo da Cordilheira dos Andes, da Venezuela ao Chile, são plantados e comidos cerca de quatro mil tipos (variedades) de batatas, com tonalidades que variam do claro ao negro. Os formatos são os mais variados e curiosos possíveis. Tem batata que lembra mandioca, pera, caju, entre outros formatos.

Às 16h, a finalização das palestras fica em torno do fortalecimento da produção agroecológica em comunidades rurais como mecanismo de resistência a expansão do agronegócio no Paraguai. O assunto será apresentado pela pesquisadora Júlia Andrea Pavón, do Centro de Estudos Paraguaios Antônio Guash.

Cenário

Atualmente, cerca de 80% das hortaliças consumidas pelos brasileiros advém da agricultura familiar. Portanto, este é o setor que basicamente sustenta nossa alimentação em se tratando de folhosas, isso sem adentrar na sua representativa em fruticultura, mel, ovos, leite, peixe, etc.

A excelente condição para a olericultura em Mato Grosso do Sul devido às características de topografia e chuvas bem distribuídas, um ambiente agrícola propício para a prática, e a necessidade de estreitar as relações entre a pesquisa (meio científico), e o campo (agricultores familiares e técnicos de Ater – Assistência Técnica e Extensão Rural) também são pontos que foram levados em consideração para a promoção do Congresso no Estado. Outro ponto a ser pensando é a questão da rota bioceânica que pode auxiliar os diálogos e intercâmbio de tecnologia e comercialização de determinados alimentos.

O Congresso é voltado a pesquisadores, professores, estudantes e profissionais das ciências agrárias, sobretudo da agronomia. Empresários e agricultores familiares envolvidos na cadeia produtiva de hortaliças e plantas medicinais e pessoas interessadas na área, também podem participar do Congresso Brasileiro de Olericultura.

Confira a programação na íntegra. Promovido pela Associação Brasileira de Horticultura (ABH), nesta edição o evento é realizado também pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) e a sua vinculada, a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer). Além do Sistema Famasul e a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems).

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