Grupo argentino quer investir US$ 40 milhões para operar terminal de Porto Murtinho

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FOTO: DIVULGAÇÃO

Campo Grande (MS) – O PTP Group, holding de capitais argentinos que atua no setor logístico na Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil avançou nas tratativas com o Governo do Estado para realizar melhorias e assumir a operação do terminal portuário de Porto Murtinho. Em reunião com o governador Reinaldo Azambuja e o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, o grupo apresentou o projeto de um Terminal Portuário Fluvial Multipropósito (TPFM) de Uso Privativo em Porto Murtinho, com investimento inicial na ordem de US$ 40 milhões.

A reunião, realizada na semana passada na governadoria, contou com a presenca do presidente do PTP Group, Guillermo Misiano e do diretor Hugo Rene Gorgone. Eles apresentaram o Desenho Conceitual do Terminal Portuário TPFM, cujo objetivo é operar diferentes cargas: contêineres, cargas fracionadas, veículos, grãos, combustível líquido (e todo tipo de granel líquido), celulose e fertilizantes.

“A proposta envolve a construção de armazéns privados, terceirizados, casada com a operação do embarque do grupo. Eles apresentaram a proposta e solicitaram ao Governo do Estado a cedência de uma área de 15 hectares. O Governo se comprometeu com essa doação e vai verificar as condições adequadas para que a empresa possa fazer todos os trâmites de licenciamento junto à Antaq e órgãos ambientais para a construção de um novo terminal. A estimativa é de um investimento inicial em torno de US$ 40 milhões”, comentou Jaime Verruck.

O projeto do PTP Group prevê a construção de um terminal Portuário Multipropósito para as operações com contêineres, carga break-bulk (carga geral ou fracionada), veículos e granéis minerais, além da construção de um Terminal Portuário de Grãos, com sistema de recebimento e carregamento de grãos, estruturas de galpões e silos. O investimento total nas duas estruturas chega aos US$ 76 milhões, sendo que já haveria disponibilidade de um aporte inicial no valor de US$ 40 milhões. Outra proposta dos argentinos é a utilização de barcaças e empurradores desenvolvidos especificamente para o rio Paraguai – as atuais são “modelo Missisipi” e Paraná.

“A empresa deve começar com o transporte de grãos, mas também deve trazer fertilizantes, pois já fazem essa operação por meio de Concepción e planejam estendê-la a Porto Murtinho em 2019. A ideia é trabalhar com as commodities tradicionais, soja e milho mas também realizar importação de trigo e fertilizantes”, informou o secretário.

Melhorias na logística e competitividade de MS

Em 2015, o Governo do Estado retomou o incentivo ao uso da hidrovia do rio Paraguai para o escoamento da produção de minério e de grãos de Mato Grosso do Sul para os portos da Argentina. Em novembro daquele ano, instituiu o Programa de Estímulo à Exportação ou Importação pelo Porto de Porto Murtinho (Proeip) e estendeu essas medidas aos portos de Ladário e Corumbá.

Pelo terminal Portuário de Porto Murtinho passaram seis mil toneladas de produtos em 2015; 45.607,66 toneladas exportadas em 2016 e 183.796,38 toneladas exportadas em 2017. Pelo terminal Portuário de Corumbá foram exportadas 4.815.118,99 de toneladas de minério em 2015; 3.981.577,64 toneladas em 2016 e 3.881.530,88 toneladas em 2017.

“A hidrovia foi um dos pontos elencados e a primeira ação do Governo foi a reabertura do terminal Portuário de Porto Murtinho. Fizemos um acordo judicial e publicamos um decreto que criou uma Zona Especial de Exportação que engloba Porto Murtinho, Corumbá e Ladário”, lembrou Jaime Verruck.

“Esse conjunto de fatores proporcionou a retomada das atividades no terminal e a competitividade da saída de produtos via Porto Murtinho. Felizmente, em um curto espaço de tempo, a capacidade atual instalada do local foi atingida de forma plena. Essa opção de escoamento já gerou um ganho aos produtores rural por conta da redução no custo logístico. Isso melhora a remuneração ao produtor. A saída via Porto Murtinho permite que as empresas de trade paguem hoje até R$ 2,00 a mais por saca em função da redução desse custo logístico. A ideia sempre foi essa e Porto Murtinho nos mostrou isso”, finalizou.

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